Porto: Lado religioso do São João foi desaparecendo

Padre Jardim Moreira lamenta “comercialização” e “excessos” da festa

Porto, 23 jun 2015 (Ecclesia) – A festa de São João na cidade do Porto foi-se “esvaziando” do lado religioso e transformaram o santo “num ídolo”, lamenta o padre Agostinho Jardim Moreira, pároco de Nossa Senhora da Vitória e de São Nicolau.

Este padre da cidade do Porto reconhece que a noite de São João tem “muita folia, mas o santo não impera nestas festas”, disse à Agência ECCLESIA.

A realidade do homem que “anunciou o Messias” nesta festa de solstício de verão ficou “um pouco desvirtuada” com “os excessos”, realçou o padre Jardim Moreira.

As tradições populares e de rua permanecem com os aromas de algumas plantas, “a cidreira, alho-porro e manjerico” e o “cheiro das sardinhas e bifanas”, acrescenta o sacerdote da diocese do Porto.

Este utilizar das “realidades da época e ligadas à natureza” mantem-se, mas a festa “esvaziou” a personalidade de São João Baptista.

“É o São João na cascata e nas canções”, mas a Igreja tem deixado “um pouco para trás a figura de São João no início do Novo Testamento”, sublinha o pároco de Nossa Senhora da Vitória e de São Nicolau.

Atualmente, a festa de São João na cidade do Porto permite “alguns abusos e excentricidades” naquela noite sob “a proteção do santo”.

No roteiro das festas dos Santos Populares, o São João tem especial preponderância na cidade do Porto e a urbe que recebe o Douro de braços abertos coloca toda a sua alegria e cor nas ruas.

“O santo é rapioqueiro e tudo é permitido” e “comercializou-se o São João”,  afirma o sacerdote do Porto.

As festas populares são legítimas, mas a Igreja deve “fazer uma proposta muito clara e frontal de mostrar quem é o São João Batista”, finaliza o padre Agostinho Jardim Moreira.

LFS

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