Iniciativa une 2,2 mil milhões de cristãos no mundo, entre os dias 1 de setembro e 4 de outubro
Porto, 29 ago 2020 (Ecclesia) – O bispo do Porto convidou a diocese a celebrar o “Tempo da Criação”, que os cristãos assinalam entre 1 de setembro e 4 de outubro, numa “dimensão ética”, como “fonte de espiritualidade” e promovendo “ações de sensibilização ambiental”.
Para D. Manuel Linda, as semanas que estão entre o dia 1 de setembro, no início do Ano Pastoral e recomeço de atividades letivas, e o dia de São Francisco de Assis, 4 de outubro, são uma ocasião para promover “ações de sensibilização ambiental, reflexão sobre a interligação da pessoa com a natureza e, se possível, com a oração de louvor pela magnífica oferta que o Criador nos concedeu”.
“Convido amigavelmente os Sacerdotes e Diáconos, os Institutos Religiosos e Seculares, as Associações, Movimentos e Obras e todo o Povo de Deus, mormente por intermédio dos seus organismos mais representativos –escolas, universidades, hospitais, empresas, famílias, comunicação social, administração, autarquias, associações culturais e desportivas, artistas, etc.- a celebrarmos este tempo da Criação”, indica o bispo do Porto numa Nota Pastoral divulgada no portal da internet da diocese.
No documento intitulado “Jardineiros no jardim de Deus”, D. Manuel Linda afirma que a “referência especial” à casa comum tem, por um lado, uma perspetiva ética, que “obriga a específicos comportamentos respeitosos para com esta grande e bela obra de um Deus que nos oferece semelhante dádiva”, e, por outro uma dimensão espiritual, uma vez que “a contemplação da beleza da criatura” ajuda a “admirar e amar mais o seu Criador”.
O bispo do Porto lembrou a urgência de “novas atitudes para com a natureza”, afirmada pelo Papa Francisco na encíclica Laudato si, publicada há cinco anos e celebrada ao longo de um ano “especial”, entre o dia 24 de maio de 2020 e 24 de maio de 2021.
D. Manuel Linda referiu que o tema do cuidado da casa comum faz parte do Plano Pastoral da Diocese do Porto, indicando a iniciativa levada a cabo pelo Secretariado Diocesano do Ensino da Igreja nas Escolas, que vai viver o ano escolar em torno deste tema, tendo por slogan “Dá cá mais 5 c’s: Crescer na Consciência do Cuidado da Casa Comum”.
“Creio que, com esta ou outra formulação, este desiderato deveria constituir uma preocupação de toda a Igreja diocesana”, afirmou.
O bispo do Porto indicou ainda materiais já publicados que ajudam a viver o “Tempo da Criação”, nomeadamente do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral ou da Comissão Ecuménica.
O “Tempo da Criação” surgiu em 1989, quando o Patriarca Ecuménico Dimitrios I proclamou o dia 1 de setembro, que assinala o início do Ano Litúrgico para os ortodoxos, como um dia de oração pela criação; o Conselho Mundial das Igrejas estendeu depois este tempo até ao dia 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis, e o Papa Francisco acolheu esta iniciativa na Igreja Católica em 2015.
“O tempo começa dia 1 de setembro, o Dia Mundial de Oração pela Criação, e termina dia 4 de outubro, a Solenidade de São Francisco de Assis, santo padroeiro da ecologia amado por tantas denominações cristãs”, refere a página da internet do celebração do Tempo da Criação, indicando que “2,2 mil milhões de cristãos no mundo unem-se pelo cuidado da nossa casa comum” ao longo de um mês.
PR
Ecumenismo/Ecologia: Cristãos na Europa convidados a celebrar «tempo da criação»