Porto: D. Manuel Linda defende «nova cultura do cuidado» no pós-pandemia

Bispo diocesano projeta novo ano, após dolorosa «lição» da Covid-19

Foto: Lusa

Porto, 01 jan 2021 (Ecclesia) – O bispo do Porto apelou hoje a uma “nova cultura do cuidado” no pós-pandemia, que respeito todo o sofrimento provocado pela Covid-19.

“Se a pandemia gerar uma nova cultura do cuidado, como se espera, então compensam-se e valeram a pena as dores que nos causou. E para nós que acreditamos no tal ‘resgate’ que Deus operou ao retirar-nos do mal para o reino da sua família, encaramos o futuro com esperança, alegria e entusiasmo”, assinalou D. Manuel Linda, na homilia da Missa da Solenida de Santa Maria, Mãe de Deus, divulgada pela diocese.

Segundo o responsável católico, os acontecimentos do ano 2020 mostraram a importância de cuidar “uns dos outros e da criação, a fim de se construir uma sociedade alicerçada em relações de fraternidade”.

“A pandemia que nos massacrou em 2020 exigiu uma específica cultura do cuidado. E ela verificou-se, em parte! Evidentemente, os problemas do nosso mundo não ficaram resolvidos e o sofrimento ainda não passou. Mas as atitudes adotadas pela maioria fazem-nos antever um futuro mais humano e mais solidário”, apontou o bispo do Porto.

Como tem sido belo ver o empenho de tantos a nível do socorro e do tratamento sanitário, nas ações de voluntariado dirigidas aos mais atingidos pela crise, na revalorização da família, na investigação científica para o bem de todos, na procura de solução conducentes a novas políticas sociais em favor dos doentes e idosos, no tatear modelos de uma economia mais solidária”.

D. Manuel Linda citou a mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz 2021, dedicada ao tema “A cultura do cuidado como percurso de paz”.

“O cuidado para com alguém é sempre um ato de amor que exige empenho. Pensemos no exemplo máximo dos pais para com o seu bebé como, certamente, foi o caso de Maria e José na relação com Jesus”, sublinhou o bispo do Porto.

“Porque Deus é Pai comum de todos, é possível, de facto, ampliar as fronteiras da família até ao círculo dos vizinhos e conhecidos; é possível encarar de frente o outro e ver nele um irmão, seja qual for a cor da pele, a raça, a religião ou a condição social; é possível olhar para os pobres, estejam perto ou longe de nós, e fazer nossas as suas angústias e misérias”, prosseguiu.

OC

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Agência ECCLESIA

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