Projeto de investigação da Universidade de Lisboa espera ajudar as pessoas a olharem «com outros olhos» para símbolos da fé presentes no quotidiano
Porto, 07 dez 2012 (Ecclesia) – O bispo do Porto, D. Manuel Clemente, apresenta hoje os primeiros três volumes da coletânea “Santos e Milagres da Idade Média em Portugal”, da autoria do Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa.
O jornal Voz Portucalense destaca a obra como uma peça “importante para conhecer os primórdios do Cristianismo em Portugal” e que ganha “particular atualidade” numa altura em que as “comunidades cristãs” estão “voltadas para iniciativas associadas à celebração do Ano da Fé”.
Na véspera da festa litúrgica da Imaculada Conceição de Maria, o prelado portuense vai estar no auditório do Paço Episcopal, às 18h30, para falar sobre “São Vicente, Santa Eulália, Santa Engrácia e São Félix”, exemplos de “santos e mártires com uma tradição textual hispânica anterior ao século XII, com culto no território português em tempos da pré-nacionalidade”.
Ao todo, a coletânea tem 12 volumes e procurou abranger nomes com os quais o grande público “convive todos os dias”, figuras “padroeiras” de diversas paróquias, mas cuja história era até agora pouco conhecida “porque os textos que a documentam se mantinham escritos em latim”, adianta o semanário.
Nos próximos três anos, o Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa vai dar a conhecer “periodicamente” os restantes volumes da coletânea, que aborda também o percurso “cultual” de “Santa Justa e São Cucufate, São Sebastião, São Lourenço, São Julião, Santo Estêvão, Santo Adrião e São Manços, São Mamede e São Jorge, São Veríssimo, Máximo e Júlia, São Cristóvão, São Nicolau e Santiago”.
Através de um trabalho de tradução efetuado “por uma equipa de reputados professores”, o Centro de Estudos Clássicos espera ajudar as pessoas a olharem “com outros olhos” para o património humano da Igreja Católica, especialmente no Ano da Fé, que decorre até novembro de 2013.
Os promotores do projeto pretendem “ao mesmo tempo desenvolver a investigação científica no campo da filologia e da cultura”.
O Ano da Fé, que coincide com a comemoração dos 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II (1962-1965) e dos 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, foi convocado pelo Papa Bento XVI como um “momento de graça e de empenho para uma cada vez mais plena conversão a Deus”.
A iniciativa, lançada no dia 11 de outubro, está a merecer acompanhamento online e em permanência, na Agência ECCLESIA, através da página de internet http://ecclesia.pt/anodafe/.
VP/JCP