Porto: Colóquio apela ao diálogo ético na comunicação social

Realizou-se no dia 24 de Janeiro, festa de S. Francisco de Sales, numa iniciativa da Voz Portucalense e do Gabinete de Informação da Diocese, o encontro/debate sobre ética e deontologia na comunicação social. O local foi a sede da Associação Católica do Porto, que assim continua a sua acção de proporcionar aos participantes a possibilidade de debater assuntos de actualidade nos campos do humanismo e da sociedade. Contou com a participação dos conferencistas Joaquim Fidalgo, da Universidade do Minho, e Paulo Rocha, director da Agência Ecclesia, sob a moderação de Rui Osório e com a presença do Bispo do Porto. O encontro foi pontuado por três intervenções do Coro Gregoriano do Porto, constituído também por professores jornalistas para quem os problemas da ética humana e social são relevantes. Joaquim Fidalgo, jornalista com larga experiência nos domínios da comunicação e actualmente professor destas matérias, acentuou as distinção entre ética e deontologia, bem como entre código deontológico (breve e aberto) e o complexo de legislação, múltipla e nem sempre congruente. Salientou que os campos da ética se colocam tanto da parte de quem produz a informação, como de quem a recebe, sendo que a mais moderna visão deste problema se situa antes no campo da interacção entre estes dois pólos. Por sua vez Paulo Rocha propôs que a temática religiosa, cuja presença nos media resulta da própria identidade da nossa sociedade em que o factor religioso tem o seu lugar saliente, deve ser inserida na totalidade da vida humana, nos seus aspectos humanistas e culturais, procurando encontrar formas de linguagem que a tornem rigorosa e apelativa. Várias intervenções postularam uma maior atenção à realidade social, particularmente aos mais esquecidos, recordando o papel histórico que muitas das iniciativas da Igreja desempenharam na valorização do cidadão, propondo aos intervenientes no fenómeno mediático uma maior atenção à dimensão humana e aos problemas sociais e culturais. D. Manuel Clemente congratulou-se com a iniciativa, a acentuou essa dimensão humanista da comunicação social, como forma de comunhão entre as pessoas e os grupos sociais, pondo o acento em que esta iniciativa deve ser retomada e alargada nos próximos anos.

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