Porto: Bispo ordena seis sacerdotes e pede padres «próximos do povo» (c/fotos)

Celebração decorreu na catedral diocesana

Foto: Diocese do Porto/João Lopes Cardoso

Porto, 10 jul 2022 (Ecclesia) – O bispo do Porto presidiu hoje, na Catedral diocesana, à ordenação de seis sacerdotes, pedindo que sejam padres “próximos do povo”.

“Passar ao lado dos outros sem lhes estender a mão, mesmo que invocando um qualquer superior primado, ou uma outra qualquer urgência, é sempre praticar o arremedo da religião, mas nunca servir o Senhor presente nos irmãos”, advertiu D. Manuel Linda, na homilia da celebração, citada pela Renascença.

“Nunca viajeis por imaginários doentios de fuga à realidade e ao compromisso com aqueles em função dos quais recebeis o sacramento da ordem”, prosseguiu.

O responsável destacou que “a proposta da salvação é universal” e implica atenção à dor do próximo, numa reflexão que partiu da parábola do “bom samaritano”, do Evangelho segundo São Lucas, lida nas celebrações dominicais, em todo o mundo.

“Em Cristianismo, jamais pode haver divisão entre o corpo da fé e o corpo da vida”, indicou.

Nunca passeis à margem do povo que vos vai ser confiado. Nunca troqueis a solicitude da proximidade por ideias abstratas e efémeras, ainda que tocadas pelos ventos das modas culturais do momento”.

O bispo do Porto sustentou que “o segredo da beleza e do encanto do ministério ordenado passa por esta proximidade sentimental, pela familiaridade existencial ao povo de Deus”, deixando vários conselhos aos novos padres.

“Não cultueis ao luxo e à ostentação pois estes são os vícios que o povo menos suporta. Não cultiveis a sombra da fuga, pois se o padre não está com os seus estes também não podem estar com o seu pároco. Não faleis do alto da vossa importância pois o bom senso diz-nos que isto fratura, e o princípio da sinodalidade reconhece que todos somos fiéis em cristo e igualmente responsáveis pela sua Igreja”, apontou.

D. Manuel Linda deixou votos de que os novos sacerdotes sejam “líderes e guias espirituais que incentivam e congregam”.

“Este mundo que tende a satisfazer a sua ânsia de salvação e plenitude na técnica cada vez mais refinada é preciso lembrar-lhe que as realidades fininhas jamais conseguirão satisfazer o anelo da vida infinita”, acrescentou.

O responsável católico recomendou que os seis novos padres assumam o amor por “uma Igreja que não possui estradas próprias, mas caminha pelas mesmas vias calcorreadas pelos outros”.

O bispo do Porto alertou ainda para as dificuldades que os novos padres vão encontrar, destacando que “as condições do clero atuais são outras e bem mais difíceis que as do passado, pois os sacerdotes antigos não tinham de pastorear ao mesmo tempo cinco ou seis paroquias e com uma multiplicidade de atividades desconhecidas naquela altura”.

Quatro dos novos sacerdotes chegaram do Seminário Maior do Porto: José Amorim (Espinho), Alexandre Moreira (Penafiel), Hugo Cunha (Ovar) e Tiago Dias (Lousada); do Seminário Diocesano Missionário ‘Redemptoris Mater’, foram ordenados Gerardo Comayagua (El Salvador) e Massimiliano Arrigo (Itália).

OC

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Agência ECCLESIA

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