Porto: Bispo diz que a sociedade «exige» inspiração da Igreja

Santa Maria da Feira, Aveiro, 21 jan 2015 (Ecclesia) – O bispo do Porto presidiu esta terça-feira à Missa na memória litúrgica de São Sebastião, em Santa Maria da Feira, onde refletiu sobre aquilo que o mundo, com “conflitos e violência”, pede à Igreja.

“Evangelizar com novo ardor e entusiasmo é o primeiro e maior serviço que a Igreja presta à Humanidade. Daqui partem as iniciativas pastorais e atividades multiplicadas no tempo da nossa história e no espaço da cidade e concelho de Santa Maria da Feira”, explicou D. António Francisco dos Santos.

No dia do patrono da cidade, que pertence à Diocese do Porto e ao Distrito de Aveiro, o bispo destacou que o mundo contemporâneo “marcado” por conflitos e violência que “toldam o horizonte de esperança exige” que a Igreja inspire “critérios de ética, de liberdade, de responsabilidade e de respeito fraterno”.

Nesse contexto, apelou à mobilização de pessoas, grupos, movimentos apostólicos e comunidades, para que com a sociedade civil, se construa “um mundo melhor” onde pobres e desfavorecidos da sorte “sejam aqueles que mais merecem a atenção”.

Aos presentes na igreja matriz de Santa Maria da Feira, D. António Francisco dos Santos propôs três áreas onde a “presença atuante e a ação interventiva” da Igreja deve fazer-se sentir: A família, os jovens e os que vivem ausentes da Igreja ou afastados de Deus”.

“A família merece hoje da Igreja uma atenção acrescida traduzida em acolhimento e em formação e acompanhamento espiritual”, alertou.

Desta forma pediu que a atenção se manifeste na preparação do matrimónio, no acolhimento e na dignidade das celebrações dos sacramentos do matrimónio e do batismo, no acompanhamento espiritual aos esposos e aos pais.

No contexto da família pediu também “cuidado acrescido” com os idosos, doentes e enlutados e “solicitude” com os agregados mais pobres e desfavorecidos: “30% das famílias portuguesas que entraram em endividamento insolvente são da região do Porto”, contextualiza.

Sobre os jovens, o prelado considera que estes “devem assumir-se” como os melhores herdeiros do futuro, que só se realiza com a sua presença “chamados a sonhar e a decidir o amanhã”.

“Temos de fazer face à emigração imposta e forçada e imaginar caminhos novos de desenvolvimento para Portugal e de futuro melhor para os portugueses”, disse D. António Francisco dos Santos para quem os jovens devem permanecer nas suas terras com “os talentos e valores” que fazem deles “a marca da presença de Deus” na sociedade.

Na homilia publicada no sítio online da diocese, o bispo do Porto revelou que a Igreja quer ser “espaço de diálogo intercultural e religioso” capaz de dar igual atenção a todos, por isso, as portas devem “estar abertas” aos que visitam e procuram e sair ao encontro dos que “vivem distantes da fé ou marginalizados da sociedade”.

No dia do martírio de São Sebastião, patrono de Santa Maria da Feira, o bispo destacou que há um convite à reflexão sobre quanto “deve” a cidade “ao testemunho de trabalho, de generosidade, de coragem, de fé e de doação de tantos, homens e mulheres” que a edificaram.

“É para todos nós um belo exemplo de fé e de coragem e uma abençoada presença que envolvemos de respeito e de devoção”, acrescentou destacando que “nele se cumpre” o que Jesus anunciou aos discípulos.

CB

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