D. Manuel Linda anseia por «todas as igrejas paroquiais de portas abertas» e «uma pequena capela, no centro histórico»
Porto, 18 abr 2019 (Ecclesia) – O bispo do Porto deseja uma “Igreja cada vez mais eucarística” e como expressão disso anseia que “todas as igrejas paroquiais” tenham as portas abertas” durante o dia e “uma pequena capela, no centro histórico, para adoração ao Santíssimo”.
“Uma Igreja que, na simplicidade e na dignidade que o ato merece, celebra festivamente o domingo em honra do Senhor ressuscitado, reza, canta, dá testemunho que “nem só de pão vive o homem”, nem mesmo da preguiça ou do desporto colocado estrategicamente nessa manhã”, disse D. Manuel Linda esta tarde na Sé.
Na homilia da Missa Vespertina da Ceia do Senhor, enviada à Agência ECCLESIA, o bispo do Porto explicou que é uma Igreja “simples, de gente afável e acolhedora, dinâmica, ministerial”, que gasta as suas energias “mais na ação do que na crítica” e voltada para os frágeis, “especialmente para os que vivem em solidão ou pobres porque privados do conhecimento de Deus”.
“Uma Igreja missionária, em saída, espécie de sensor avançado de todas as carências materiais e espirituais e que mete mãos à obra para tentar minimizá-las”, sendo uma Igreja que “em nome da sua fé e por causa dela” leva o corpo de Cristo aos mundos determinantes “da política, da comunicação social, da economia, da cultura e do desporto”.
Neste contexto, D. Manuel Linda assinalou que deseja uma Igreja de ministérios “onde não faltem os sacerdotes para presidir e as vocações para os continuar” e que seja “acolhedora dos diáconos e dos ministérios” e que quem os exerce “façam em favor da comunidade e não como exibição ou exercício de um qualquer senhorio”.
Como expressão desta “Igreja eucarística”, o bispo do Porto explicou que quer todas as igrejas paroquiais de portas abertas ao longo do dia, “com condições de segurança e de vigilância e que na cidade episcopal do Porto “se abra uma pequena capela, no centro histórico, exclusivamente para a adoração ao Santíssimo, em permanência”.
Na Missa Vespertina da Ceia do Senhor explicou que Jesus, que “sabia que estava próxima a sua hora”, selou com o exemplo as palavras e os gestos que “tinha transmitido aos discípulos”, mas “não se dotou de palavras convincentes” e “chocou-os” ao lavar-lhes os pés.
O bispo do Porto lembrou que, durante a sua vida pública, Jesus “pediu aos futuros membros da Igreja” que se colocassem “ao serviço de todos, que buscassem os valores do coração em detrimento das aparências, que não se preocuparem com os juízos dos homens, mas somente com os de Deus”.
“A Missa é sinal, penhor e mistério representativo de uma tríplice entrega amorosa: do Senhor por nós, de cada um de nós em favor dos irmãos e de todos nós na direção do Deus de amor”, acrescentou na celebração concelebrada pelos bispos auxiliares D. Pio Alves, D. António Augusto Azevedo e D. Armando Esteves.
CB