Portalegre-Castelo Branco: Bispo alerta para a violência desde o tempo do namoro

D. Antonino Dias defende mais «educação» e a família olhada como «património da humanidade»

Portalegre, 14 fev 2018 (Ecclesia) – O bispo de Portalegre-Castelo Branco alertou hoje para a necessidade de promover a “prevenção e o combate” à violência no namoro, numa mensagem para o Dia de São Valentim.

“Sendo violência, ela tende a magoar, a humilhar, a controlar, a assustar, a fazer sofrer, sendo sempre difícil de resolver e ultrapassar, pois o amor lá tem os seus caprichos, razões que a razão não entende”, escreve D. Antonino Dias.

O prelado refere que as associações que acompanham o “triste fenómeno” da violência doméstica revelam que “é transversal à sociedade e a todas as classes sociais”, e “um em cada quatro jovens consideram-na legítima”.

“Há namoros que não são namoro; são uma espécie de encontro a dois para a humilhação de um ou de ambos. E ninguém merece isso, ninguém, muito menos um jovem ou uma jovem”, observa.

Para D. Antonino Dias os sofrimentos, as humilhações, os homicídios e os feminicídios fruto da violência doméstica “continuam mais que muitos mercê de instintos bárbaros” que se vão treinando e avolumando e existe quem “não queira ver este desaire já entre os namorados”.

O prelado, que pertence à Comissão Episcopal Laicado e Família, assinala que a situação e violência, regra geral, se vive “em silêncio” por muitos fatores mas tudo se vai suportando “na esperança de que, na verdade, essa violência vá acabar ou já acabou”.

Neste contexto, alerta que a violência “não acabou nem vai acabar”, segundo os estudiosos desses casos e confirmado pela “contumácia dos experimentados em tais brigas”.

Segundo o bispo de Portalegre-Castelo Branco, para além diversas soluções atuais, a “mais eficaz está a montante”, ou seja, na educação, “remédio profilático, barato mas eficaz”.

Neste âmbito, considera que o Estado, “no âmbito do bem-estar da família”, deveria antecipar-se e “agir de forma mais alargada, mais atenta, clara e eficiente”, porque tem um papel “a desempenhar na formação dos cidadãos para o global exercício da cidadania”.

Relembrando que existe “muita coisa classificada” como património da humanidade “a preservar e a promover”, D. Antonino Dias considera que seria “bom” se o mais excelente património da humanidade, “a Família, fosse muito melhor cuidada, defendida e promovida”.

Na reflexão publicada no seu perfil na rede social Facebook, D. Antonino Dias explica que a Igreja “tem o dever de ajudar” a entender o que é um Sacramento, quais as suas exigências, efeitos e consequências, “onde está a diferença de o casamento ser ou não Sacramento”.

A Comissão Episcopal do Laicado e Família também divulgou uma mensagem por ocasião do Dia dos Namorados, que hoje se assinala, e convida os jovens a viver o namoro como “descoberta, acolhimento e resposta ao chamamento de Deus” ao amor e à vida em plenitude no Matrimónio cristão.

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) lançou hoje uma nova campanha sobre a violência no namoro, com particular foco nas novas tecnologias.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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