Polémica encerrou primeiro dia do Papa em Jerusalém

A polémica marcou o final do primeiro dia de visita de Bento XVI a Jerusalém, com uma intervenção acalorada do Xeque Tayssir al-Tamimi durante o encontro inter-religioso que encerrou o programa de Segunda-feira. O Vaticano já emitiu uma nota oficial em que se demarca da intervenção contra Israel, frisando que “o pronunciamento do Xeque Tayssir al-Tamimi não estava previsto pelos organizadores do encontro”. “Num evento dedicado ao diálogo, tal intervenção foi uma negação do diálogo. Fazemos votos de que este incidente não comprometa a missão do Papa, cujo objectivo é promover a paz e o diálogo entre as religiões, como ele mesmo afirmou claramente, em muitos discursos proferidos desde o início de sua viagem. Fazemos votos também, que o diálogo inter-religioso na Terra Santa não seja comprometido por este incidente”, refere a nota, assinada pelo Pe. Federico Lombardi. Tayssir al-Tamimi denunciou as políticas israelitas e pediu ao Papa que o ajude a terminar o que designou como “os crimes do Estado judaico”. O Papa foi ainda alvo das críticas dos responsáveis do Yad Vashem, memorial de homenagem às vítimas do Holocausto, que se mostraram decepcionados pelo discurso que ali pronunciou, sem referências à sua experiência pessoal durante a II Guerra Mundial e nenhuma condenação explícita dos nazis. O Pe. Lombardi reagiu a estas críticas, referindo à imprensa que a questão já foi abordada por “diversas vezes”, em particular na visita que o Papa fez ao campo de Auschwitz, e que Bento XVI não tem intenção de se repetir de cada vez que fala no tema. O porta-voz do Vaticano afirmou, por outro lado, que o Papa alemão não esteve “nunca, nunca, nunca na juventude hitleriana”, cujos membros eram voluntários. Enquanto seminarista, aos 16 anos, Joseph Ratiznger e os seus colegas foram integrados num grupo de defesa anti-aérea na cidade onde estudavam. “Isto não tem nada a ver com o nazismo ou a sua ideologia”, apontou.

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