Peregrino com os peregrinos do nosso tempo

Bento XVI destaca influência do Cristianismo na cultura austríaca e convida a seguir novos caminhos Bento XVI confessou hoje sentir-se “em casa” na Áustria, após ter chegado ao país para uma visita de três dias marcada pela peregrinação ao Santuário mariano de Mariazell, que celebra o seu 850.º aniversário. Manifestando-se “muito contente” no início da sua visita, o Papa falou da importância de “colocar-se a caminho com os peregrinos do nosso tempo”, desafio que dirigiu, em especial, aos mais jovens. Para Bento XVI, esta sua peregrinação é “colocar-se a caminho rumo a um Santuário”, mas também como um “caminho de regresso para a quotidianiedade”. O Papa recordou que a Áustria é uma nação “essencialmente imbuída da mensagem de Jesus Cristo e da acção que a Igreja desenvolveu em seu nome”, explicando que por tudo isso “e muitas outras coisas” (Joseph Ratzinger cresceu numa localidade alemã junto à fronteira austríaca, ndr), se sente “um pouco como em casa junto de vós, austríacos”. No centro deste discurso esteve o Santuário mariano de Mariazell, centro de peregrinação para os austríacos, mas também para os húngaros e os povos eslavos há mais de oito séculos. Por isso, o Papa falou da “meta” da sua peregrinação à Áustria como “um símbolo de abertura que não só supera as fronteiras geográficas e nacionais, mas também, na pessoa de Maria, remete para uma dimensão essencial do homem: a capacidade de se abrir à Palavra de Deus e à sua verdade”. “Nos últimos anos, constata-se com alegria um crescente interesse por parte de muitas pessoas, em relação à peregrinação. Ao colocar-se a caminho, também muitos jovens descobrem um novo caminho de reflexão meditativa, conhecem-se uns aos outros e, juntos, encontram-se perante a criação e perante a história da fé”, indicou. O discurso papal falou ainda da importância da celebração do Domingo, do voluntariado e do serviço aos outros, na “peregrinação da nossa vida”. Ao receber o Papa, Heinz Fischer, presidente austríaco, convidou Bento XVI a sentir-se verdadeiramente “em casa” ao longo dos próximos dias, lembrando que o Papa nasceu perto do país e que falam a mesma língua. Fischer considerou “uma honra” a visita de Bento XVI e Um grupo de pequenos cantores surpreendeu Bento XVI , no final do seu discurso, cantando “Saudamos-te Papa”, e o Papa retribuiu os cumprimentos junto das crianças. Bento XVI está a efectuar a sua sétima viagem apostólica fora da Itália, centrada na peregrinação a Mariazell, mas também com uma atenção a temas típicos das sociedades secularizadas do Velho Continente. A agenda papal inclui encontros institucionais com as autoridades civis e com o corpo diplomático. A colocação da Áustria no coração da Europa, com atenção particular em relação ao futuro do continente europeu, é um dos temas que Bento XVI, numa carta aos jornais católicos austríacos, indicou como fundamental nesta sua viagem. Do ponto de vista mais estritamente religioso, haverá ocasião para Bento XVI estimular a Igreja austríaca, que desperta após anos de tensões. Da Assembleia Ecuménica Europeia, que decorre por estes dias em Sibiu (Roménia), será enviada a Mariazell uma vela para simbolizar a proximidade dos participantes com o Papa. O actual Arcebispo de Viena, Cardeal Christoph Schoenborn, numa entrevista à Rádio Vaticano, manifestou a expectativa pela presença do Papa para “confirmar a fé dos austríacos”, observando que após anos muito difíceis existe agora uma tomada de consciência, “um sentido de coragem mais explícito, da parte dos cristãos austríacos, que sentem cada vez mais como esta sociedade precisa do Evangelho, da fé, da oração”. Foto: LUSA

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