Movimentos operários de Portugal e Espanha reuniram-se para analisar situação do mundo do trabalho e da Igreja
Lisboa, 20 fev 2013 (Ecclesia) – Os movimentos operários católicos de Portugal e Espanha consideram que a “fome, as depressões” e “os suicídios” nos dois países se devem ao “sistema económico e social capitalista neoliberal selvagem”, que é “injusto” e se afasta do “plano de Deus”.
A Liga Operária Católica / Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) e a Hermandad Obrera de Acción Católica reuniram-se entre domingo e terça-feira na cidade espanhola de Burgos, encontro de que resultou um comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.
“As políticas de privatização e austeridade impostas pela União Europeia e os poderes económicos financeiros, às quais os nossos governos se submeteram de forma absoluta, não resolveram o problema do défice público, do desemprego e da dívida”, sublinha o documento.
A prioridade dada à “rentabilidade económica”, em detrimento da “pessoa”, implica que “os homens e as mulheres do mundo do trabalho”, especialmente as “mais carenciadas e excluídas”, sejam “as vítimas sobre quem recai o peso da crise”, declaram os organismos ibéricos.
“Uma das causas principais desta situação de empobrecimento vertiginoso, de pessoas e famílias inteiras, são as decisões políticas que se estão tomando e as suas desastrosas consequências”, salientam os signatários, que também assinalam o desrespeito vigente “pelos direitos sociais, alcançados com o esforço do movimento operário”.
Depois de reclamar uma “Boa Nova para os pobres”, as conclusões vincam que é necessário “analisar as causas do empobrecimento” para o “combater”, e ao mesmo tempo “inverter o retrocesso nos direitos sociais e laborais e na democracia”, sem esquecer a “resposta imediata” à situação “urgente” vivida por “muitas famílias”.
“A partir do Evangelho queremos anunciar que é possível construir uma vida social e política que coloque todos os homens e mulheres no centro, que afirme que a pessoa está em primeiro lugar”, acentuam os movimentos católicos.
O último parágrafo do comunicado declara que há “outra maneira de construir a sociedade” e que “é possível a mudança”: “Apesar dos ventos de empobrecimento e desumanização, vislumbram-se brisas de solidariedade, transformação e esperança”.
RJM