Pe. Abel Varzim, uma proposta de Cidadania

O Fórum Abel Varzim promoveu, ao longo dos últimos meses, o curso “Desenvolvimento e Solidariedade. Uma proposta de Educação para a Cidadania”, com o objectivo de contribuir para a aquisição de uma nova consciência ética sobre os principais problemas actuais. A Ir. Filomena Gouveia, responsável pelo curso, explica à Agência ECCLESIA que esta proposta no desenvolvimento e na solidariedade como factores fundamentais da construção de uma nova cidade se inspira no legado do Pe. Abel Varzim. “Queremos ajudar a construir uma cidade mais justa e mais fraterna”, apontou. Os participantes no curso vão, agora, elaborar materiais didácticos com uma proposta de educação para a cidadania. A responsável pelo curso revela a sua satisfação pelo interesse e o empenho demonstrado por todos os alunos. Segundo a Ir. Filomena Gouveia, cursos como este são a solução possível, perante a impossibilidade de abrir uma “universidade popular”, procurando ajudar na educação para a cidadania. Ao longo do curso, teve lugar uma visita de estudo a Cristelo, ao “Centro social, cultural e recreativo Abel Varzim”, como forma de “sentir a cidadania na prática”. O Fórum Abel Varzim é uma Associação cívica, sem fins lucrativo, constituída em 27 de Abril de 1996. Na linha do seu fundador, procura fomentar, promover e apoiar iniciativas com vista à mudança do País, no sentido de uma maior justiça, solidariedade e desenvolvimento social. Pe. Abel Varzim O Padre Abel Varzim, nasceu em Cristelo (Barcelos) em 29 de Abril de 1902 e faleceu em 20 de Agosto de 1964, tendo sido enviado pelo seu bispo para Lovaina, onde se doutorou em Ciências Políticas e Sociais em 1934. Regressado a Portugal redigiu com o Pe. Manuel Rocha os estatutos da Acção Católica Portuguesa, pugnando para que a ACP fosse constituída por organismos especializados, o que mereceu a aprovação da Santa Sé, mau grado a oposição do Estado Português. Fundador e Assistente Geral da Liga Operária Católica (1936-48), foi também o grande impulsionador de “O Trabalhador”, jornal que seria encerrado pelo Governo em 1948. Professor do Instituto de Serviço Social (1938-48), Director do Secretariado Económico-Social da Acção Católica Portuguesa (1939-48); Assistente do Centro de Estudos de Acção Social para Universitários (1941-45); Deputado à Assembleia Nacional (1938-42). Afastado em 1948 de todas as suas responsabilidades na Acção Católica, foi colocado como Pároco da Encarnação, em Lisboa, onde continuou a lutar pelos mais pobres e marginalizados. Fundador e Assistente dos Centros de recuperação na Quinta do Bosque (Amadora) e no Porto, assim como na Liga Nacional Contra a Prostituição (1954-64). Impulsionador da primeira série das Semanas Sociais Portuguesas; da Peregrinação Operária a Fátima (1943); da Cooperativa Popular de Portugal (1935-37) e do Congresso dos Homens Católicos (1950). Promotor da Sociedade Avícola do Minho que, sob inspiração cooperativista, se proponha o desenvolvimento económico da região. Chefe da redacção da revista “Lumen” para o clero, e colaborador assíduo dos jornais “Novidades”, Renascença (Revista e Rádio), “Jornal de Notícias”, “Comércio do Porto”, “Boletim da Acção Católica Portuguesa”, bem como dos periódicos dos Movimentos Operários da Acção Católica. Retirou-se em 1957 para a sua terra, onde continuou a ser alvo de vigilância da polícia política, tendo falecido a 20 de Agosto de 1964. (www.forumavarzim.org.pt)

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