O sonho é antigo e é partilhado pelos chefes de Estado que participaram na primeira Conferência internacional sobre os Grandes Lagos: transformar a região “numa zona de paz e segurança duradouras”. O voto ficou consignado numa declaração conjunta, assinada em Dar es-Salaam, onde os governantes se comprometem em promover a paz na região. Na declaração comum, os políticos se empenham em promover, além da “paz”, a “estabilidade” política e social, e “o crescimento e o desenvolvimento compartilhado”. O texto também foi assinado pelo Secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e pelo Chefe do Estado nigeriano, Olusegun Obasanjo, Presidente da União Africana (UA). A Conferência Episcopal da Tanzânia enviou aos participantes da Conferência um documento intitulado “O caminho rumo à paz e à segurança: a boa governação e o desenvolvimento na região dos Grandes Lagos”, no qual se expressam algumas sugestões para restabelecer a paz na região. Baseando-se em 10 anos de apostolado entre os refugiados da região (a Tanzânia hospeda milhares de refugiados provenientes de Burundi, Ruanda e República Democrática do Congo), os Bispos do país convidam ao “respeito dos direitos e da dignidade de todos, homens e mulheres, cidadãos e refugiados, sem distinção de etnia, proveniência regional e situação socio-económica”. A próxima Conferência sobre os Grandes Lagos está prevista para junho de 2005, em Nairobi, para examinar a aplicação da declaração de Dar El-Salaam e preparar um verdadeiro Pacto entre os países da região. Entre os representantes políticos esteve presente Joaquim Chissano, presidente de Moçambique.