O número sempre crescente de mortes, violações dos direitos humanos e movimentos de refugiados na região centro-africana dos Grandes Lagos levaram a “Pax Christi Internacional” a pedir à Comissão para os Direitos Humanos da ONU uma resolução, de modo a que a comunidade internacional se empenhe no auxílio efectivo ao processo de pacificação da área. Numa intervenção escrita, intitulada “Paz e reconciliação na região dos Grandes Lagos da África”, a organização humanitária católica pede que o tema seja incluído na agenda da 60ª sessão desta comissão da ONU, que decorre de 15 de Março a 23 de Abril, em Genebra. O documento refere que os conflitos que abalam os países da região – República Democrática do Congo, Ruanda, Burundi e Uganda – causaram milhares de mortos e de refugiados, acarretando “graves consequências nos planos humano, económico, social e ambiental”. “A falta de democracia e de instituições democráticas”, o governo inadequado, a corrupção, a vulnerabilidade dos acordos e da lei internacional, e a impunidade de que goza quem comete crimes são algumas das causas apontadas pela Pax Christi para esta situação. “Na região dos Grandes Lagos o processo de reconciliação de um país está fortemente vinculado ao dos outros países e qualquer solução viável tem de ter um carácter regional”, assinala o texto. A “Pax Christi Internacional” pede a criação de um Tribunal Penal Internacional para os Grandes Lagos e o aumento da ajuda ao desenvolvimento nestes países.