No 40º aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II, o Instituto Paulo VI de Brescia promoveu na sede da UNESCO, em Paris, um Colóquio de estudo sobre o tema “O diálogo possível: Paulo VI e as culturas contemporâneas”. A iniciativa contou com a colaboração do Observatório Permanente da Santa Sé junto do organismo da ONU para a educação e a cultura. A partir da encíclica programática do seu pontificado, “Ecclesiam Suam”, o colóquio procurou examinar o tema proposto à luz do magistério do Papa Montini, “num mundo dilacerado por divisões e que procura a paz”. D. Francesco Follo, observador permanente da Santa Sé junto da UNESCO, começou por sublinhar que “o anúncio do Evangelho e o diálogo não são duas actividades antitéticas, opostas entre elas”. Nesse sentido, defendeu, “pode-se, deve-se estabelecer uma equação entre o dever da Igreja de evangelizar o mundo e o seu dever de dialogar com o mundo”. Para a compreensão desta relação contribuiu, em muito, o ensinamento de Paulo VI, para quem a Igreja deve entrar em diálogo com o mundo em que vive e tornar-se “palavra, mensagem, conversa”. Presente em Paris esteve também o Cardeal Paul Poupard, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura. Este responsável recordou que “para Paulo VI, as características do diálogo são a clareza, antes de mais, a doçura que Cristo nos pede que aprendamos dele mesmo, a confiança e, por fim, a prudência pedagógica”. “Num diálogo assim conduzido, realiza-se a união da verdade e da caridade, da inteligência e do amor”, acrescentou.