Património: Guia reforça parceria entre Igreja e Estado

Obra visa ajudar agentes de turismo a transmitirem as «especificidades» dos locais de culto

Lisboa, 13 jun 2014 (Ecclesia) – Um guia de boas práticas do património religioso, especialmente direcionado para todos os profissionais desta área, é o resultado mais recente de uma parceria entre o Turismo de Portugal e a Igreja Católica.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, Pedro Matias, gestor de projetos no departamento de desenvolvimento e inovação do organismo estatal, explica esta aposta pelo peso “estratégico” que a parte cultural e religiosa tem em termos da “oferta turística” do país.

Com a entrada de cada vez mais peregrinos e turistas no território luso, em busca de novos espaços de espiritualidade ou simplesmente para usufruir da parte histórico-artística inerente à herança católica, faz todo o sentido “investir em materiais interpretativos de maior qualidade”, aponta aquele responsável.

Criado com o apoio do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja (SNBCI), e o contributo de vários especialistas, o guia procura ajudar agentes de turismo, interpretes e todos quantos conduzem visitas em templos católicos a transmitirem com precisão às pessoas as “especificidades” do património que estão a ver.

De acordo com a diretora do Secretariado, Sandra Costa Saldanha, a obra “não tem conteúdos aprofundados sobre história de arte”.

A aposta recaiu na transmissão de “conteúdos específicos sobre património religioso que complementem aquela que será a formação por exemplo nas áreas de turismo e outras” que, normalmente não comtemplam a “linguagem própria” dos templos católicos.

 “Este projeto integra-se naquilo que é uma das áreas mais importantes na abordagem aos Bens Culturais da Igreja que é a interpretação do património. E uma boa interpretação pode ser claramente colocada ao serviço de todos, em várias vertentes, nomeadamente na vertente turística”, complementa.

O guia de boas práticas, apresentado no Palácio Nacional de Mafra, é o terceiro elemento saído desta parceria entre o Estado e a Igreja Católica, depois da apresentação de dois roteiros dedicados aos Caminhos Marianos e aos Caminhos de Santiago existentes no país.

Pedro Matias realça a importância destas obras para darem a conhecer santuários e percursos de “enorme potencial” e que “respeitando a missão do culto, poderão ter uma otimização turística maior.

“O Santuário de Fátima” por exemplo, “está consagrado hoje como um dos altares do mundo mas há todo uma série de património que se for mais qualificado, se houverem materiais interpretativos de maior qualidade, se os percurso de visita tiverem outro tipo de atrações, poderão atrair muito mais viajantes, muito mais peregrinos, nomeadamente estrangeiros”, complementa.

Batizada com o nome “Portugal – Caminhos de Fé”, a colaboração entre o Turismo de Portugal e o SNBCI poderá conhecer em breve novos desenvolvimentos.

Está em estudo está a criação de roteiros dedicados ao culto a Santo António e aos Caminhos do Espírito Santo, e a produção de recursos destinados a uma melhor compreensão da história e tradição das catedrais e santuários portugueses.

JCP

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