Francisco enviou mensagem para 49.ª Semana Social dos Católicos Italianos
Cidade do Vaticano, 21 out 2021 (Ecclesia) – O Papa Francisco defendeu hoje uma mudança de rumo na sociedade, em mensagem dirigida aos participantes na 49.ª Semana Social dos Católicos Italianos, divulgada pelo Vaticano, desafiando todos a percorrer “corajosamente pelo caminho da esperança”.
“A pandemia deixou a descoberto a ilusão de que podemos considerar-nos omnipotentes, espezinhando a terra que habitamos e o ambiente em que vivemos”, escreveu.
Segundo Francisco, é preciso conversão “a Deus” e aprender a fazer “bom uso dos seus dons”, a começar pela criação.
A 49ª Semana Social dos Católicos Italianos começou hoje, com o tema ‘O planeta que esperamos. Meio ambiente, trabalho, futuro. Tudo está conectado’, e termina no domingo, em Taranto.
“Precisamos de esperança”, continuou o Papa, destacando que o título desta semana “é significativo”.
Francisco recorreu a três sinais de trânsito para pedir “atenção aos cruzamentos”, ou seja, aos rostos e histórias que desafiam cada um.
“Muitas pessoas cruzam os nossos caminhos quando se encontram no desespero: jovens forçados a deixar seus países de origem para emigrar, desempregados ou explorados numa precariedade sem fim, mulheres que perderam o seu emprego, todos os que sofrem e os descartados”, exemplificou.
“Proibição de estacionamento” foi o segundo sinal escolhido, alertando para o cansaço e desânimo de dioceses, paróquias, comunidades, associações, movimentos, grupos eclesiais, “às vezes resignados diante de situações complexas”.
“Pelo contrário, o amor de Deus nunca é estático ou renunciatório: ‘tudo crê, tudo espera’; Não fiquemos parados nas sacristias, não formemos grupos elitistas que se isolam e se fecham. A esperança está sempre em movimento e passa também pelas comunidades cristãs”, desenvolveu o Papa.
“Não tenhamos medo de denunciar e combater a ilegalidade, mas acima de tudo não tenhamos medo de semear o bem”, acrescentou.
O terceiro e último sinal apresentado por Francisco foi a “obrigação de virar”, exigido pelos gritos “dos pobres e da Terra”, porque a esperança convida a “reconhecer” que se pode mudar sempre de rumo, que se pode sempre fazer “algo para resolver problemas”.
“Precisamos de uma profunda conversão que toque ainda antes da ecologia ambiental, a ecologia humana, a do coração. O retorno decisivo só ocorrerá se soubermos formar as consciências para propor processos de mudança duradouros em benefício das gerações mais jovens”, explicou.
O Papa convida a olhar para “os muitos sinais de esperança”, para muitas pessoas que trabalham “para promover um modelo económico diferente, mais justo e mais atento às pessoas”.
“Espero que a Semana Social seja uma experiência sinodal, uma partilha plena das vocações e dos talentos que o Espírito despertou na Itália”, escreveu, na mensagem publicada online.
CB/OC