Padre Pedro Viva pede políticas de saúde centradas em cada pessoa
Fátima, 18 out 2022 (Ecclesia) – O padre Pedro Viva, da Diocese de Leiria-Fátima, capelão do Hospital de Santo André, alertou hoje para o impacto da crise provocada pela pandemia, a guerra e a inflação na saúde dos portugueses.
“Quando as pessoas têm de escolher entre comprar medicamentos e comida, vão comprar algo que comer”, disse à Agência ECCLESIA.
O sacerdote falou esta manhã sobre o tema ‘Como cuidar dos cuidados de saúde’ aos participantes no 34.º Encontro da Pastoral Social, que decorre em Fátima, até quarta-feira.
“O mais importante é que as políticas de saúde se centrem na pessoa que está doente e na sua família, procurando dar respostas”, indicou.
O capelão hospitalar apontou ao desafio de “ver em conjunto a realidade”, em particular a população cada vez mais envelhecida e o número de pessoas sem médico de família.
O padre Pedro Viva evocou a experiência secular da Igreja Católica no acompanhamento dos mais frágeis, que deve implicar os seus membros nas respostas sociais e dos cuidados de saúde, a todos os níveis.
“Muitas vezes, a diferença faz-se em pequenos gestos. Não basta a competência técnica, do bem gerir, do trabalho em equipa”, apontou o entrevistado, defendendo a necessidade de uma “capacidade de compaixão” e de agir, a partir dos recursos disponíveis, para gerar “parcerias” entre as instâncias públicas e o setor privado e social.
O padre Pedro Viva diz que o país tem “belos documentos”, que considera um elemento positivo para a definição da política de saúde em Portugal, mas alerta para o aumento dos custos.
“Não podemos pensar a saúde como uma ilha, em relação ao resto”, aponta.
O capelão do Hospital de Santo André elogia a preocupação com a humanização dos cuidados de saúde, para a qual contribui o papel dos voluntários e de todos os profissionais, chamados a ter “competências afetivas”.
O 34.º Encontro da Pastoral Social, com o tema ‘A pandemia, a guerra e os pobres’, é uma organização conjunta do Secretariado Nacional da Pastoral Social e da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde.
PR/OC