Pastoral Penitenciária: Assistência espiritual e religiosa dá «esperança» e aponta ao futuro, no Estabelecimento Prisional do Linhó (c/vídeo)

Diácono José Noronha assinala que os jovens reclusos também foram envolvidos na dinâmica da JMJ Lisboa 2023

Lisboa, 30 mar 2022 (Ecclesia) – O responsável pela assistência espiritual e religiosa no Estabelecimento Prisional do Linhó, destinado a jovens, destacou a importância da “presença”, com celebrações, encontros e formações que ofereçam um horizonte de futuro.

“É importante frisar a fidelidade à presença, não nos deixarmos ir pela parte cómoda, ‘hoje não dava jeito, não vou, mas vamos’”, disse o diácono José Noronha, do Patriarcado de Lisboa, em entrevista à Agência ECCLESIA.

O responsável pela assistência espiritual e religiosa na prisão do Linhó explica que este estabelecimento tem a “particularidade” de receber só jovens, reclusos com “penas pesadas, com alguns anos”.

“Quando encontro alguém o meu cuidado é olhar e ver um irmão que precisa de compreensão, que precisa de ser escutado. O segredo de estarmos ali é deixarmos que eles abram o coração a alguém que sabem que não os vai condenar, por de lado, e estarmos disponíveis, que saibam que não estão esquecidos”, desenvolveu o convidado desta quarta-feira no Programa ECCLESIA (RTP2).

O Comité Organizador Diocesano (COD) de Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude 2023 está a promover a peregrinação da Cruz da JMJ pelas 18 vigararias do patriarcado e, na passagem pela Paróquia de Alcabideche (Vigararia de Cascais), também foi ao Estabelecimento Prisional do Linhó.

Foto: Paróquia de S. Vicente de Alcabideche

“Fomos à prisão do Linhó dizer àqueles rapazes que também são juventude e também se integram na festa da juventude, de forma diferente, mas que estão incluídos”, salientou o diácono José Noronha.

O também coordenador-adjunto da Pastoral Penitenciária de Portugal, departamento da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), realça que existem dois períodos na procura por este serviço: no pré-pandemia, com “um grupo bastante coeso que participava nas celebrações semanais e em outras atividades”; no pós-pandemia sentiram “uma quebra muito grande”.

O entrevistado lembra ainda que foram identificados com t-shirts da JMJ Lisboa, que foi uma das coisas que os jovens pediram e assegura que vão “mesmo entregar” t-shirts iguais.

A Pastoral Penitenciária de Portugal vai ter o seu encontro nacional esta sexta-feira e sábado, com o tema ‘Eu sou o caminho! Comunhão, Participação e Missão’, no Hotel Santo Amaro, em Fátima.

“O primeiro dia está mais vocacionado para os assistentes espirituais e religiosos, os capelães, os nossos problemas, as nossas situações. Como podemos dar um aspeto global à Pastoral Penitenciária a nível do país”, explicou diácono José Noronha.

O segundo dia, acrescenta o coordenador-adjunto da Pastoral Penitenciária, é mais aberto aos voluntários, com destaque também para a formação, porque é “muito importante que as pessoas saibam como estar num Estabelecimento Prisional”, por exemplo.

Neste contexto, o diácono José Noronha assinala que precisam de “muitos voluntários” nesta área pastoral da Igreja Católica, que tem “uma população mais envelhecida”.

O coordenador-adjunto da Pastoral Penitenciária de Portugal afirma também que o encontro nacional é uma oportunidade para darem “visibilidade a uma pastoral que tem pouca a nível comunitário”.

PR/CB/OC

 

Igreja/Prisões: Encontro nacional da Pastoral Penitenciária realiza-se em Fátima

 

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Agência ECCLESIA

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