Religiosas de Santa Catarina de Sena e jovens partilham «um sorriso, uma esperança» em Pedrogão Grande
Pedrogão Grande, 31 ago 2018 (Ecclesia) – As Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena, através da sua pastoral juvenil, estão a dinamizar o campo de trabalho missionário ‘DominisMissio’ em Pedrógão Grande onde “a grande necessidade é estar sentado e conversar” com as pessoas.
“A grande necessidade que vamos encontrando é de estar sentado ao lado e conversar. Já vínhamos com sensibilidade que aqui mais do que fazer grandes coisas era preciso ser e estar e, sem dúvida, que em cada dia se mostra mais uma necessidade”, disse hoje a imã Flávia Lourenço.
Em declarações à Agência ECCLESIA, a responsável pela Pastoral Juvenil das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena explica que as atividades e dinâmicas com os utentes da Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande são “sobretudo, conversar” e têm passado “muito pela música” e pelos jogos.
“Estar a ouvir as pessoas, nem que seja várias vezes a mesma história mas é o estar ali ao lado”, frisa a religiosa, adiantando quanto à música que tem “o cunho de alegria e de esperança” que as pessoas precisam.
O campo de trabalho missionário das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena destina-se a jovens dos 15 aos 26 anos e vai terminar a 5 de setembro.
Na sua 7.ª edição, o ‘DominisMissio’ está dedicado a vítimas dos incêndios florestais que atingiram Pedrógão Grande e alguns concelhos vizinhos, a 17 de junho de 2017.
“‘Deixaram-me’, pela primeira vez na minha vida, num lar […] Olhei para o lado e estava uma senhora linda com o sorriso mais esperançoso que possa existir. Nela, eu encontrei a coragem que precisava para dar o primeiro passo”, testemunha Cátia Marques.
Natural da Trofa, Diocese do Porto, a jovem voluntária, de 24 anos, participa pela primeira vez no ‘Dominismissio’ e no segundo dia (29 agosto) sentia que era “desafiada a cada minuto”.
“Esperei até esta idade para iniciar este desafio e tenho a certeza de que sairei dele uma pessoa renovada e cheia de fé”, escreveu no blog da pastoral Juvenil das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena.
A imã Flávia Lourenço explica que a sensibilidade para a atenção e a escuta é algo que também se “vai trabalhando” e mesmo quando há dias “mais difíceis”, quando “o idoso não é tão recetivo, não dialoga tanto, e questiona-se um bocado a validade das coisas”, não quer dizer que não tenha sido muito bom e útil.
“É preciso um tempo para semear, regar e um tempo para colher e quando somos jovens queremos tudo instantâneo e o próprio campo vai ensinado isso”, desenvolve, salientando que “é engraçado” assistirem a esse crescimento à medida que os jovens repetem a atividade.
O método de trabalho no ‘Dominismissio’ é enviar os jovens em pequenos grupos, “muito na linha dominicana de São Domingos”, e os missionários vão passar pelas várias valências da Santa Casa.
O contacto com a população local dá-se numa “certa animação de rua”, por exemplo quando estão no café e pegam nas violas e nas celebrações religiosas, e a irmã Flávia Lourenço adianta que hoje vão animar uma Eucaristia numa das aldeias e este sábado participam na procissão em Pedrógão Grande.
Os 20 participantes estão acantonados na casa paroquial, onde têm uma “vivência de comunidade”, que “é importante como dimensão eclesial”, onde fazem o jantar juntos, a avaliação e a oração da noite.
O campo de trabalho missionário ‘’ é “muito importante” quanto à formação dos jovens e para as Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena também, uma vez que até à 7.ª edição tinha sido sempre realizado numa das suas casas “com objetivo de ser apoio à comunidade religiosa”.
Transmitir valores e «fazer o bem sempre» é o que procuram fazer, tal como a fundadora da congregação, a portuguesa Teresa de Saldanha.
CB