Pastoral do Turismo merecerá atenção especial

No dia da nomeação para Bispo do Funchal, D. António Carrilho fala sobre as apostas pastorais. Agência ECCLESIA – Que expectativas e projectos pastorais leva para a diocese do Funchal? D. António Carrilho – Eu sei que a Diocese do Funchal é uma Diocese organizada, dotada de estruturas e serviços pastorais que procuram responder aos problemas e necessidades dos diversos âmbitos da actividade eclesial. Sei que não faltam pessoas preparadas e comprometidas na acção pastoral – sacerdotes, membros dos institutos de vida consagrada e leigos. Não faltam, por isso, razões de esperança, motivos para acalentar expectativas de motivação e mobilização para novas iniciativas e dinamismos pastorais. Há sempre muito para fazer, novas respostas a dar. Conforme escrevi na minha Mensagem de Saudação à Diocese, como sucessor de D. Teodoro Faria, procurarei conhecer e dar continuidade à acção pastoral por ele desenvolvida e conhecer, abrindo os olhos e o coração, as novas realidades e necessidades da Diocese. Para já o meu projecto consiste em procurar “ver” e “julgar” à luz do Evangelho as realidades humanas, sociais e religiosas, tendo em vista um programa de (nova) evangelização. Contando sempre com o envolvimento e a colaboração das comunidades cristãs, com os seus responsáveis pastorais, grupos apostólicos e movimentos especializados. Agência ECCLESIA – A realidade social e política da Madeira é diferente daquela que vivemos no Continente. Perante esta situação são necessárias novas metodologias e estratégias pastorais? D. António Carrilho – A acção pastoral, para ser eficaz, terá de responder às realidades e situações concretas, com objectivos, estratégias e métodos adequados. Todas as Dioceses são diferentes e requerem um conhecimento e uma atenção particular. Não é uma simples questão de se tratar do Continente ou da Madeira e estou certo de que não faltarão pessoas, sacerdotes e leigos, capazes de analisar as situações, no seu contexto sócio-político e religioso e de propor os caminhos de resposta pastoral mais indicados. Tornamos, assim, ao “ver” e “julgar” para “agir” em conformidade. Nisto é importante, e mesmo indispensável, que os leigos assumam as suas responsabilidades em “corresponsabilidade”, participando activamente na vida eclesial e na vida social e política, de acordo com a Doutrina Social da Igreja. Agência ECCLESIA – A pastoral do Turismo será uma das apostas fortes no seu múnus episcopal? D. António Carrilho – A Madeira é hoje um grande centro turístico, pelo que a pastoral do turismo não pode deixar de ser uma preocupação e um investimento da Igreja local. Já está a sê-lo e terá de continuar a merecer uma especial atenção na pastoral geral da Diocese. O Turismo favorece um profundo intercâmbio cultural e religioso, com inevitáveis e normais repercussões nas mentalidades e nos comportamentos. Daí que, para além da informação aos turistas sobre os actos religiosos, seja necessário proporcionar aos católicos residentes o esclarecimento e aprofundamento da sua fé no diálogo fé-cultura-vida, para que se assumam na fé que professam, com convicção e consciência pessoal. A pastoral do Turismo é complexa e envolve muitos outros aspectos que só localmente se podem conhecer e analisar em todas as suas implicações. Agência ECCLESIA – Pensa fazer visitas pastorais às comunidades madeirenses no exterior? D. António Carrilho – São em grande número os madeirenses espalhados pelo mundo, principalmente na Venezuela, África do Sul, Austrália, Estados Unidos, Brasil, Inglaterra, etc. Têm grande amor à terra de origem e não esquecem as suas tradições. É claro que a Igreja não pode deixar de os acolher e de ir ao encontro deles, garantindo-lhes apoio e a assistência religiosa conveniente e possível. Sei que o Senhor D. Teodoro de Faria, meu antecessor, visitava com regularidade aquelas comunidades. Procurarei ter em conta a experiência dele e dar-lhe continuidade. Agência ECCLESIA – Esteve 8 anos como bispo auxiliar do Porto. Que avaliação faz do trabalho na diocese portuense?  D. António Carrilho – Não me compete avaliar o meu próprio trabalho na Diocese, mas posso dizer que me empenhei de alma e coração nas tarefas que me foram confiadas e sempre senti o acolhimento, a amizade e o apreço, por parte daqueles com quem trabalhei mais de perto. Por isso, tal como já tive oportunidade de escrever, dou graças a Deus pela inesquecível experiência pastoral realizada na Diocese do Porto “em especial o acompanhamento, dinamização e apoio aos Movimentos e Obras Laicais, as celebrações do sacramento do Crisma e, sobretudo, as intensas mas gratificantes Visitas Pastorais às Paróquias; numa palavra, a presença simples e próxima do Bispo-Pastor junto daqueles a quem era enviado”.

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