Pastoral de Verão na diocese de Aveiro

Na primeira saudação que enviei à Diocese referi-me à “comunicação social” dizendo que “o mundo da cultura e da comunicação social abre caminhos e aponta horizontes de beleza e de crescimento integral para a pessoa humana”. É essa mesma certeza que hoje me traz à Sede da nossa Região de Turismo Rota da Luz, a quem agradeço o acolhimento para que aqui tenha lugar a apresentação do programa pastoral da Diocese para o tempo de Verão. A presença neste lugar é por si mesma um sinal de franca abertura e recíproco diálogo por parte das Instituições civis e da Igreja de Aveiro no sentido de uma permanente colaboração entre nós, no horizonte das iniciativas que promovam o progresso das nossas terras e o bem das suas gentes. Uma pastoral de proximidade Dando continuidade a uma bem acolhida e muito saudada iniciativa pastoral começada pelo meu antecessor, D. António Marcelino, quero também eu disponibilizar o tempo de férias e os meses de verão para uma presença solícita e próxima com as comunidades cristãs da Ria, do Mar e das Termas e a partir daí com os milhares de turistas e veraneantes que procuram na praia ou nas termas, o lazer, o descanso e o convívio humano e têm direito a encontrar aí o nosso acolhimento fraterno e o nosso testemunho cristão. Acolher com espírito fraterno e abertura cristã os veraneantes e turistas, as famílias e os grupos, que aqui se fixam em rápidas e fugidias semanas de férias ou aqui permanecem ao longo de um tempo mais demorado, é uma forma de “ evangelizar” e é um modo de concretizar “uma pastoral de proximidade” que desde o início do meu ministério episcopal em Aveiro me propus realizar. Evangelizar a cultura do lazer A cultura do lazer é certamente uma das dimensões mais importantes da vida actual sempre à procura de equilíbrio, de qualidade e de respostas ao desgaste e ao cansaço provocados pelo trabalho, pela pressa e pelas rotinas da existência quotidiana. Através de iniciativas concretas, a Igreja reaprende diariamente a estar no mundo como fermento que leveda, como sal que dá sabor à vida e como luz de Evangelho e farol de salvação, como âncora de segurança para a existência e como bússola de orientação para o caminho que em cada dia começa. A Igreja não faz férias. É chamada a evangelizar e a construir comunidade e a realizar comunhão com todos e concretamente com quantos aqui se encontram em férias. Há mesmo muitos cristãos em Aveiro que aproveitam com alegria e generosidade as suas férias para serem mais Igreja em tempo, disponibilidade e testemunho de vida. São mais disponíveis, mais solidários, mais voluntários, mais discípulos, mais missionários, mais família, mais orantes, mais contemplativos, mais generosos e mais activos. As férias devem ser para todos, mas de forma muito explícita para os cristãos, tempo de dar sentido, alegria e esperança à vida, tempo de semear amizade, tempo de congregar a família e de retemperar a vida espiritual. As férias são tempo para colmatar o défice de família e de humanidade que a vida impõe e que um ano de desgaste, de pressa e de trabalho implica. As férias oferecem igualmente um período de harmonia, de renovação humana e de revigoramento espiritual. As férias e as festas destinam-se a humanizar a sociedade, a revelar-nos a autêntica alma do povo e falam-nos da bondade e da beleza de Deus que o mundo e as pessoas são chamadas a espelhar, ajudando-nos uns aos outros a viver a vida com alegria, com gosto e com santidade. São exemplo deste modo cristão de viver as férias tantas famílias da nossa Diocese e concretamente os seminaristas que se disponibilizaram para este roteiro de itinerância pastoral com os párocos e com as comunidades onde vou estar ao longo do tempo de verão. São igualmente exemplo vivo disso os voluntários missionários da nossa diocese e de tantas outras que estão nestes dias a partir para a África e para o Brasil e tantas outras iniciativas pastorais da nossa Diocese. Há também muitos outros cristãos na nossa Diocese que aproveitam as suas férias para darem mais tempo à oração, à formação, à peregrinação e ao voluntariado. A Casa Diocesana de Albergaria está ocupada com iniciativas de formação e de espiritualidade ao longo de todo o tempo de verão. O mesmo acontece com o Centro de Espiritualidade da Costa Nova e com tantos outros. É este também um belo e bem útil serviço que a Igreja de Aveiro presta a quantos nos procuram e são muitos os grupos humanos, famílias e movimentos apostólicos. Deus dá sentido e valor à vida, ao trabalho e ao descanso Nesta Igreja que se quer de Acção voltada para a sociedade e testemunha daquilo em que acredita e d’Aquele em Quem acredita, Jesus Cristo, o Filho de Deus, procuro ser voz, mensagem e presença da Boa nova do Evangelho, da beleza de ser cristão e da alegria de ser chamado a servir esta Diocese como bispo, irmão e pastor do Povo que o Espírito de Deus me confia. Centrarei a minha presença na celebração da Eucaristia para afirmar que também em tempo de férias, a Eucaristia constitui o centro e o eixo da vida das pessoas e das famílias e comunidades. Para lá da celebração da Eucaristia nos templos das comunidades cristãs, procurarei encontrar-me com todos: nos diálogos pessoais, nos encontros de reflexão e partilha e nas iniciativas programadas pelos párocos. Quero que este seja um tempo em que os diocesanos de Aveiro irmanados com todos sintam a presença de um bispo irmão, confidente, pastor, solícito, solidário e disponível para numa partilha de momentos serenos em que seja possível rezar, dialogar e celebrar em comum os mistério sagrados da nossa fé em Jesus Cristo. Exaltar os valores do espírito e oferecer sentido e esperança à vida Escolhi como tema de reflexão para este primeiro ano quatro valores do tempo presente que constituem a meu ver os quatro ângulos do alicerce da sociedade do futuro: a vida, a família, a vocação e a solidariedade. Quero sublinhar desta forma e com esta escolha: – o valor, a beleza e a riqueza da vida na sua plenitude; – a família, a sua importância, sentido e bem-estar como comunidade de amor e santuário de vida – a vocação como alvoroço e desafio que abre caminho ao ideal do ser humano e à capacidade de opção feita na alegria e na fidelidade a Deus e por amor deste mundo que Deus ama – a solidariedade como valor intrínseco do cristianismo e critério primordial do Evangelho, que não pode parar enquanto houver alguém em pobreza, em sofrimento ou em solidão. Por seu lado este tema constitui um referente aglutinador dos Planos pastorais da Diocese de Aveiro para este triénio que agora se conclui. Desejo deste modo também dar a conhecer a Igreja de Aveiro nos seus membros e nos seus dinamismos a quantos nos visitam. “Tudo o que não deres perde-se” Madre Teresa de Calcutá Quero finalmente neste meu percurso pelas terras da Ria, do Mar e das Termas levar uma palavra de alento e afecto a quantos não têm férias, e àqueles que se encontram doentes, que estão impedidos pela idade ou pelas dificuldades económicas ou por outros problemas e àqueles que fazem do serviço aos outros dom da vida, beleza de vocação, espaço abençoado de família, gesto permanente de solidariedade. Neles se espelham também os valores que escolhi como tema de reflexão e espero que todos se sintam sempre circundados por gestos concretos de amizade e de solidariedade. Lembro a afirmação de Madre Teresa de Calcutá que nos recorda com tão expressiva sabedoria e tão santo testemunho: “Tudo o que não deres perde-se”. Ou então recordar a interpelativa história de um anónimo porteiro de Hotel incumbido de transportar amiudadas vezes ao longo dos dias sempre iguais, quase em ritmo mecânico, as malas dos clientes, quando um dos clientes lhe pergunta. “e tu homem quando vais de férias?” E ele com um sorriso sereno e eloquente responde. Vou de férias nas malas que transporto”. PROGRAMA – CALENDÁRIO PASTORAL Dia 28 de Julho: 21,30 h -Encontro/reflexão, S. Jacinto Dia 29: 9,30h – Eucaristia, S.Jacinto Dia 4 de Agosto: 19h – Eucaristia na Igreja da Senhora da Boa Hora, Vagueira Dia 5: 9h – Eucaristia na Igreja da Senhora da Boa hora, Vagueira Dia 6: 21,30 – Encontro/Reflexão, Vagueira Dia 11: 19h –Eucaristia na Igreja da Torreira Dia 12: 8h e 11h –Eucaristia na Igreja da Torreira Dia 13: 21,30 – Encontro/ Reflexão, Torreira Dia 14: 21: Eucaristia na Festa de Nossa Senhora da Saúde, em Fermentelos Dia 15: Termas da Cúria Dia 19: Peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora do Socorro, em Albergaria Dia 25: 19h –Eucaristia na Igreja da Barra 21,30h –Eucaristia na Igreja da Costa Nova Dia 26: 9,30 –Eucaristia na Igreja da Costa Nova 11h –Eucaristia na Igreja da Barra Dia 27: 21,30h –Encontro/Reflexão, Costa Nova D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro

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