Pároco de Seia preocupado com pobreza escondida no concelho

O padre Joaquim Teixeira está em Seia desde o dia 10 de Janeiro de 1993. É natural de Castanheira do Jarmelo, no concelho da Guarda, onde nasceu em 4 de Março de 1927, tendo sido ordenado padre a 6 de Agosto de 1950. Esteve 42 anos na paróquia de Cogula, Trancoso, mas em 1993, o então Bispo da Diocese da Guarda, D. António dos Santos, colocou-o em Seia “talvez porque era muito amigo do Dr. Bigote”, aponta ao Jornal A Guarda. Assume que sempre foi um sacerdote “dedicado à pregação”. “Realizava-me na pregação”, afiança. Neste momento tem pela frente a grande missão de construir a nova Igreja de Seia dedicada a Nossa Senhora do Rosário. “Esta obra é uma referência na minha vida. É possível que seja o terminar da minha vida paroquial. Fico muito satisfeito se conseguir levá-la a bom fim, para Glória de Deus e para bem espiritual das pessoas”, diz. Recorda que ao longo da sua extensa carreira como sacerdote recuperou imensas igrejas e capelas. “Depois que vim para Seia, tenho as igrejas e capelas todas preparadinhas, a começar pela Igreja Paroquial”. “Quando a obra é de Deus, o dinheiro sempre aparece. Tenho tido essa experiência”, recorda. Joaquim Teixeira nasceu na Castanheira do Jarmelo e continua a estar atento ao que se passa na freguesia. “Nunca deixei de gostar da Castanheira e agora, há lá uma mocidade que trabalha muito bem”, observa. “Vou lá poucas vezes. Não tenho vagar. Daqui é muito longe”, responde, quando se pergunta se é visita assídua da localidade onde nasceu. “Só lá tenho uma sobrinha, os outros familiares estão em Lisboa. Costumava passar lá a Consoada quando o meu irmão e os meus pais eram vivos, agora não”, lembra. O sacerdote tem dedicado os últimos 13 anos à paróquia de Seia, onde reconhece que “há famílias a viver com dificuldades por causa do encerramento das empresas do sector têxtil”. “As famílias habituaram-se a um certo nível de vida que depois não puderam aguentar. A Caritas está a trabalhar muito bem e ali é que se vêm as dificuldades por parte das pessoas que a ela ocorrem”, adianta, preocupado com a situação. Em Seia preside a uma paróquia onde são mais de 500 as crianças que frequentam a catequese. “Já passou das 600, mas agora são 500 e muitas”, esclarece. Sobre a cidade onde exerce o seu ministério sacerdotal, só tem que dizer bem. “Sinto-me bem em Seia, como me sinto bem em toda a parte”.

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