Paris 2024: Papa apela a «trégua» olímpica

«Os Jogos Olímpicos são, pela sua própria natureza, um evento de paz e não de guerra» – Francisco

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 19 jul 2024 (Ecclesia) – O Papa enviou hoje uma mensagem para os próximos Jogos Olímpicos (JO), em Paris, convidando a uma “trégua”, segundo a tradição da antiguidade grega, para procurar caminhos de paz.

“Nestes tempos conturbados, em que a paz mundial está seriamente ameaçada, espero fervorosamente que todos respeitem esta trégua na esperança de resolver os conflitos e restaurar a harmonia”, refere, no texto dirigido ao arcebispo da capital francesa, D. Laurent Ulrich.

Francisco reza para que Deus “ilumine as consciências dos governantes” e abençoe os esforços dos “construtores de paz”.

Os JO de Paris2024 decorrem entre 26 de julho e 11 de agosto.

A mensagem papal apresenta o evento como “uma ocasião imperdível para que todos aqueles que vêm de todo o mundo se descubram e se valorizem mutuamente, para quebrar preconceitos, para fomentar a estima onde há desprezo e desconfiança, e a amizade onde há ódio”.

“Os Jogos Olímpicos são, pela sua própria natureza, um evento de paz e não de guerra”, refere Francisco.

Tradicionalmente, a ONU decreta uma trégua olímpica, que começa sete dias antes dos Jogos Olímpicos e se conclui  sete dias após os Jogos Paralímpicos (19 de julho a 15 de setembro, em 2024).

O Papa associou-se à Missa de abertura da “trégua olímpica” na igreja de La Madeleine, em Paris, que decorreu esta manhã, apresentada pela arquidiocese local como “um momento de oração pela paz e pelo fim dos conflitos durante os Jogos Olímpicos”.

“Peço ao Senhor que derrame os seus dons sobre todos aqueles que vão participar de uma forma ou de outra – sejam eles atletas ou espectadores – e também que apoie e abençoe aqueles que os vão acolher, especialmente os fiéis de Paris e não só”, indica a mensagem, divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé.

Francisco destaca o papel das comunidades católicas no acolhimento dos participantes nestes JO, ao “abrir de par em par as portas das suas igrejas, escolas e casas”.

“Acima de tudo, abram as portas do coração, testemunhando Cristo que vive nelas e comunica a sua alegria, através da gratuidade e da generosidade do seu acolhimento a todos”.

O Papa saúda o facto de se terem promovido iniciativas em favor da participação das “pessoas mais vulneráveis, especialmente as que se encontram em situações muito precárias”

Espero que a organização destes Jogos proporcione ao povo francês uma excelente oportunidade de harmonia fraterna, que nos permita ultrapassar as diferenças e as oposições e reforçar a unidade da nação”.

Francisco apresenta o desporto como “uma linguagem universal que ultrapassa fronteiras, línguas, raças, nacionalidades e religiões”, com a “capacidade de unir as pessoas, de encorajar o diálogo e a aceitação mútua”.

Foto: Presidência da República

“Os Jogos Olímpicos, se forem verdadeiramente ‘jogos’, podem, pois, constituir um ponto de encontro excecional entre os povos, mesmo os mais hostis. Os cinco anéis entrelaçados representam este espírito de fraternidade que deve caraterizar o acontecimento olímpico e a competição desportiva em geral”, sustenta.

Portugal vai estar representado em Paris por 73 atletas, de 15 modalidades.

A 8 de julho, o presidente da República Portuguesa recebeu, no Palácio de Belém, a Missão Olímpica antes da partida para os JO 2024.

Marcelo Rebelo de Sousa entregou as bandeiras nacionais aos porta-estandartes, a marchadora Ana Cabecinha e o canoísta Fernando Pimenta.

OC

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Agência ECCLESIA

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