Paquistão: Tribunal confirma condenação à morte de cristã

Asia Bibi é acusada de «blasfémia»

Cidade do Vaticano, 16 out 2014 (Ecclesia) – O tribunal de recurso em Lahore, no Paquistão, confirmou hoje a condenação à morte da cristã Asia Bibi, acusada de “blasfémia” e condenada em primeira instância em 2010.

A notícia é avançada pela Agência Fides, do Vaticano, por um dos advogados de defesa, o cristão Naeem Shakir.

A defesa procurou desmontar a acusação, considerando que os testemunhos eram “pouco credíveis” e que havia fortes indícios de depoimentos falsos.

Shakir afirmou que a justiça paquistanesa “está cada vez mais nas mãos dos extremistas” e anunciou recurso para o Supremo Tribunal, agora a última esperança de Asia Bibi.

A cristã foi condenada à morte por enforcamento em novembro de 2010, tendo sido insuficientes os apelos à libertação feitos pelo governador Salman Taseer e o ministro cristão das Minorias, Shahbaz Bhatti, ambos assassinados entretanto.

O observatório para a liberdade religiosa no mundo da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) afirma a respeito do Paquistão que "o pior instrumento de repressão religiosa é a lei da blasfémia, a qual continua a causar cada vez mais vítimas".

Esta lei refere-se na realidade ao Artigo 295, B e C, do Código Penal paquistanês. A secção B refere-se a ofensas contra o Alcorão que são puníveis com prisão perpétua; a secção C refere-se a atos que enxovalham o profeta Maomé, puníveis com prisão perpétua ou com a morte.

No seu site, a fundação pontifícia AIS explica Asia Bibi foi condenada à morte por blasfémia, na sequência de um desentendimento com duas irmãs muçulmanas, “apenas por ter bebido um copo de água de um poço”.

O caso remonta a junho de 2009, quando as mulheres muçulmanas que trabalhavam com Asia Bibi foram ter com um responsável religioso e acusaram a cristã de proferir blasfémias contra o profeta Maomé.

OC

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