Papa visita relíquias do Padre Pio

Viagem a San Giovanni Rotondo acontece este Domingo, lembrando um dos Santos mais populares do século XX

Bento XVI visita este Domingo a localidade de San Giovanni Rotondo, no Sul da Itália, onde se encontra sepultado o S. Pio de Pietrelcina. A segunda visita de um Papa ao local deve reunir cerca de 30 mil pessoas.

Milhares de pessoas têm passado por ali desde que se iniciou a exibição dos restos mortais do Padre Pio, um dos santos mais venerados do país, canonizado em 2002 por João Paulo II. A iniciativa assinala o 40.º aniversário da morte do Santo.

O corpo, sepultado em Setembro de 1968, quatro dias depois da sua morte, foi exumado em Março de 2008, no santuário de San Giovanni Rotondo, por uma comissão médica, em bom estado de conservação, sem sinal dos famosos estigmas, que apareceram em 1911 e desapareceram pouco antes da sua morte.

O corpo do Padre Pio permanece em exposição até Setembro, com o rosto coberto por uma máscara de silicone. Espera-se a passagem de quase 750 mil peregrinos de todo o mundo durante este período de veneração das relíquias do Santo de Pietrelcina.

Bento XVI parte do Vaticano às 08h00 locais (menos uma em Lisboa), com previsão de chegada por volta das 09h15 ao Campo desportivo "Antonio Massi" de San Giovanni Rotondo.

20 minutos depois o Papa visita, em privado, o Santuário de Santa Maria das Graças, onde ficará, por momentos, em oração para venerar os restos mortais de São Pio de Pietrelcina, que repousam na Cripta.

O encontro com os fiéis terá lugar às 10h30, no adro da igreja dedicada ao Santo Capuchinho, onde o Papa vai presidir à eucaristia. Neste local, Bento XVI proferir uma homilia e concluir a celebração com a tradicional oração mariana do Angelus.

Na igreja de São Pio, do arquitecto Renzo Piano, Bento XVI inaugurará mosaicos sobre a vida de Cristo, São Francisco e do Padre Pio, obra do Pe. Marko Rupnik, o mesmo que desenhou o painel da igreja da Santíssima Trindade, em Fátima.

Durante a celebração da Missa, o Papa receberá uma medalha comemorativa com os símbolos de San Giovanni Rotondo. A entrega será feira por Matteo Pio Colella, o rapaz curado por intercessão de S. Pio de uma meningite fulminante, o milagre que permitiu a canonização de 2002.

De tarde, às 16h45, Bento XVI visita a "Casa Alívio do Sofrimento", onde se encontrará encontra-se com os doentes, médicos, enfermeiros e dirigentes da instituição, a quem vai dirigir uma saudação.

Pelas 17h30, o Papa segue para a Igreja de São Pio de Pietrelcina, onde se irá encontrar com sacerdotes, religiosos, religiosas e com os jovens. A visita termina pelas 18h00, com o regresso de helicóptero ao Vaticano.

 

Biografia

São Pio de Pietrelcina nasceu no dia 25 de Maio de 1887, na arquidiocese de Benevento, filho de Grazio Forgione e de Maria Giuseppa de Nunzio. Foi baptizado no dia seguinte, recebendo o nome de Francisco. Recebeu o sacramento do Crisma e a Primeira Comunhão, quando tinha 12 anos.

Aos 16 anos, no dia 6 de Janeiro de 1903, entrou no noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, em Morcone, tendo aí vestido o hábito franciscano no dia 22 do mesmo mês, e ficou a chamar-se Frei Pio. Terminado o ano de noviciado, fez a profissão dos votos simples e, no dia 27 de Janeiro de 1907, a dos votos solenes.

Depois da Ordenação Sacerdotal, recebida no dia 10 de Agosto de 1910 em Benevento, precisou de ficar com sua família até 1916, por motivos de saúde. Em Setembro desse ano de 1916, foi mandado para o convento de São Giovanni Rotondo, onde permaneceu até à morte. (…)

A máxima expressão da sua caridade para com o próximo, ve-mo-la no acolhimento prestado por ele, durante mais de 50 anos, às inúmeras pessoas que acorriam ao seu ministério e ao seu confessionário, ao seu conselho e ao seu conforto. Parecia um assédio: procuravam-no na igreja, na sacristia, no convento. E ele prestava-se a todos, fazendo renascer a fé, espalhando a graça, iluminando. Mas, sobretudo nos pobres, atribulados e doentes, ele via a imagem de Cristo e a eles se entregava de modo especial.

Exerceu de modo exemplar a virtude da prudência; agia e aconselhava à luz de Deus.

O seu interesse era a glória de Deus e o bem das almas. A todos tratou com justiça, com lealdade e grande respeito. (…)

Quando o seu serviço sacerdotal esteve submetido a investigações, sofreu muito, mas aceitou tudo com profunda humildade e resignação. Frente a acusações injustificáveis e calúnias, permaneceu calado, sempre confiando no julgamento de Deus, dos seus superiores directos e de sua própria consciência. (…)

Consciente dos compromissos assumidos com a vida consagrada, observou com generosidade os votos professados. Foi obediente em tudo às ordens dos seus Superiores, mesmo quando eram gravosas. A sua obediência era sobrenatural na intenção, universal na extensão e integral no cumprimento. Exercitou o espírito de pobreza, com total desapego de si próprio, dos bens terrenos, das comodidades e das honrarias. Sempre teve uma grande predilecção pela virtude da castidade. O seu comportamento era, em todo o lado e para com todos, modesto.

Considerava-se sinceramente inútil, indigno dos dons de Deus, cheio de misérias e ao mesmo tempo de favores divinos. No meio de tanta admiração do mundo, ele repetia: «Quero ser apenas um pobre frade que reza».

Desde a juventude, a sua saúde não foi muito brilhante e, sobretudo nos últimos anos da sua vida, declinou rapidamente. A irmã morte levou-o, preparado e sereno, no dia 23 de Setembro de 1968; tinha ele 81 anos de idade. O seu funeral caracterizou-se por uma afluência absolutamente extraordinária de gente.

Fonte: http://www.vatican.va/

 

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