Papa sublinha complementaridade entre fé e razão

Bento XVI recebeu no passado Sábado, em Castel Gandolfo, o novo Embaixador da Irlanda junto da Santa Sé, lembrando que “dezasseis séculos de Cristianismo modelaram a identidade espiritual, moral e cultural do povo irlandês”. O Papa recordou o “crescimento económico sem precedentes” que caracterizou a Irlanda, nos últimos tempos. Esta prosperidade assegurou a muitos conforto material, observou, mas correspondeu também a um despertar do secularismo. Perante esta situação, Bento XVI congratulou-se com o “diálogo estruturado” recentemente empreendido entre a Igreja e o Governo, sublinhando “a importância de uma redescoberta dos princípios morais e éticos, e a necessidade de se reconhecer os limites da razão compreendendo ao mesmo tempo a relação essencial de complementaridade com a fé e com a religião. “Articulando a verdade revelada, a Igreja presta um serviço a todos os membros da sociedade, fornecendo luz sobre os fundamentos da moral e da ética, purificando a razão e fazendo com que esta permaneça aberta à consideração das verdade últimas e incremente a sabedoria”, referiu. “Longe de ameaçar a tolerância das diferenças ou a pluralidade cultural, ou de usurpar o papel do Estado – assegurou o Papa, (a Igreja) favorece o seu contributo iluminando as verdades que tornam possível o consenso e garante um debate público racional, honesto e responsável”. Para Bento XVI, quando não se respeita a verdade, é o relativismo a ocupar o seu lugar: “em vez de ser governada por princípios, as escolhas políticas são cada vez mais determinadas pela opinião pública (…) e as verdadeiras categorias de bem e mal, certo e errada, degenera num cálculo pragmático de vantagem ou desvantagem”.

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