Papa solta pombas da paz

Bento XVI despede-se da Turquia Bento XVI soltou hoje quatro pombas brancas, símbolo da paz, antes da Missa celebrada na Catedral do Espírito Santo, em Istambul. O gesto coroa os esforços de diálogo e reconciliação levados a cabo nesta visita, iniciada na terça-feira, e que hoje se conclui. No final da celebração eucarística, o Papa deixou algumas palavras de agradecimento a toda a população turca, pelo “cordial acolhimento” que lhe foi reservado. “O meu agradecimento é ainda mais sentido porque sei que a minha presença nestes dias provocou alguns transtornos, na vida quotidiana das pessoas. Obrigado, do fundo do coração, pela compreensão e a paciência demonstradas”, disse. A homilia da Missa ficou marcada pelo regresso ao tema da liberdade religiosa, com Bento XVI a assegurar que a Igreja não quer impor nada a ninguém, mas “pede simplesmente para viver livremente, a fim de revelar Aquele que não se pode esconder, Jesus Cristo”. O Papa disse que a missão da Igreja não é defender os poderes nem obter riquezas, mas “é o oferecer Cristo; é partilhar a vida de Cristo que é o bem mais precioso do Homem”. “Estejam sempre abertos ao espírito de Cristo e, portanto, estejam atentos aos que têm sede de justiça, de paz, de dignidade e respeito por eles mesmos e pelos seus irmãos e irmãs”, apelou à pequena comunidade católica. Comentando as leituras da Missa, com a profissão de fé de Pedro, em Cesareia de Filipo, quando Jesus lhe diz “Feliz és tu… porque não foi a carne nem o sangue que te revelaram isto, mas o meu Pai que está nos céus,” , Bento XVI disse: “Sim, felizes nós quando o Espírito Santo nos abre à alegria de acreditar e quando nos faz entrar na grande família dos cristãos, a sua Igreja”. “Manifestar o Espírito, viver segundo o Espírito, não é viver apenas para si, mas sim aprender a conformar-se ao próprio Cristo Jesus, tornando-se, ao seu seguimento, servo dos irmãos. Aqui está um ensinamento bem concreto para cada um de nós”, apontou. Bento XVI lembrou que há 27 anos, nesta mesma Catedral, João Paulo II fazia votos de que o dealbar do novo milénio se pudesse “levantar sobre uma Igreja que reencontrou a sua plena unidade para melhor testemunhar, no meio das tensões exacerbadas deste mundo, o amor transcendente de Deus, manifestado no seu Filho Jesus Cristo”. “Estes votos ainda se não realizaram, mas o desejo do Papa continua a ser o mesmo”, assegurou, “e nos impulsiona a todos nós, discípulos de Cristo, que avançamos com nossas lentidões e pobrezas no caminho em direcção à unidade, a agir incessantemente em vista do bem de todos, colocando no primeiro lugar das nossas preocupações eclesiais a perspectiva ecuménica”. Esta manhã, antes de entrar na catedral do Espírito Santo, Bento XVI inaugurou uma estátua do Papa João XXIII, que representou o Vaticano na Turquia entre 1935 e 1944, como delegado apostólico. (Com Rádio Vaticano)

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