Papa reforça aproximação aos Ortodoxos

Bento XVI recebeu no Vaticano o Patriarca Ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I, numa audiência privada Bento XVI recebeu esta Quinta-feira, no Vaticano, o Patriarca Ecuménico de Constantinopla (Ortodoxo), Bartolomeu I. O encontro entre os dois líderes religiosos é classificado pela Santa Sé como mais um sinal das boas relações entre as Igrejas Católica e Ortodoxa. Bento XVI e Bartolomeu I reuniram-se numa audiência privada, de onde seguiram para um momento de oração, na capela de Urbano VII, do Palácio Apostólico do Vaticano. O Patriarca está em Roma para participar nas celebrações do 90.º aniversário de fundação do Instituto Pontifício Oriental, onde ele próprio se doutorou. Segundo a Rádio Vaticano, o “encontro fraterno” teve em vista a superação dos “obstáculos para o restabelecimento da plena unidade” entre os cristãos. Vários contactos têm sido mantidos entre os dois líderes cristãos ao longo dos últimos tempos. Ambos encontraram-se na Turquia, em Novembro de 2006, e em Nápoles, em Outubro de 2007. Bartolomeu I tem assumido um papel de relevo no diálogo católico-ortodoxo, sendo o principal impulsionador da aproximação verificada nos últimos anos, que culminou com o regresso aos trabalhos da comissão mista internacional para o diálogo teológico, cuja última reunião teve lugar na localidade italiana de Ravenna, em Outubro do ano passado. O “primus inter pares” e líder espiritual dos cerca de 200 milhões de ortodoxos do mundo inteiro sofre a contestação interna do Patriarcado de Moscovo – que se distanciou desta visita do Papa -, mas conta com grande influência nos restantes Patriarcados históricos (Alexandria, Antioquia, Jerusalém) e nas Igrejas de tradição grega, do Médio Oriente e do Leste da Europa, numa comunhão de 16 Igrejas Ortodoxas. Bartolomeu I foi sempre um parceiro de diálogo privilegiado de João Paulo II, bem ao contrário do Patriarca Ortodoxo de Moscovo, Alexis II. João Paulo II apresentou ao Patriarcado de Constantinopla, durante o seu pontificado, um pedido público de desculpas pelo ataque dos cruzados em 1204 e devolveu as relíquias de São João Crisóstomo e de São Gregório de Nazianzo, Doutores da Igreja, em 2004. Bento XVI segue, agora, no mesmo caminho de amizade e diálogo fraterno, como foi agora assumido mais uma vez, mas a “plena unidade” ainda poderá demorar décadas, se não mesmo séculos.

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