Santa Sé explica palavras de Bento XVI O observador permanente da Santa Sé junto dos serviços especializados da ONU em Genebra, Arcebispo Silvano Maria Tomasi, pediu que o discurso de Bento XVI em Regensburg seja “colocada na perspectiva correcta, num espírito de paz e diálogo construtivo”. Segundo este responsável, no centro do discurso do Papa estava “um renovado compromisso no diálogo entre as religiões e a recusa da violência, que todos os crentes, incluindo os cristãos, devem assumir”. Falando por ocasião da segunda sessão do Conselho dos Direitos Humanos, que decorre em Genebra de 18 de Setembro a 6 de Outubro, D. Tomasi frisou que Bento XVI pretendeu “alargar o horizonte da razão, para que inclua a dimensão da religião e, a partir daí, iniciar um diálogo universal baseado na razão”. Esta intervenção, acrescentou, “foi feita tendo em vista a defesa do valor de humanidade das culturas religiosas, inclusive o Islão”. Sobre a já célebre citação do imperador bizantino Manuel II Paelólogo, o observador da Santa Sé indicou que o propósito era “sublinhar que a violência é sempre irracional” e “incompatível com a natureza de Deus”, o que vale “para todos os crentes, cristãos e muçulmanos”. Aos presentes, D. Tomasi repetiu que a citação a respeito do Islão não retrata a posição do Papa e pediu que o texto seja lido “na sua totalidade”. O caminho a percorrer, frisou, exige “um maior conhecimento dos outros fiéis e culturas”, trabalhando para “um genuíno diálogo e futuro de paz”.