Papa: Pandemia deixou marcas em doentes e famílias com cancro

Francisco recebeu Liga italiana de Luta contra os Tumores a quem agradeceu trabalho junto de pacientes e familiares

Vaticano

Lisboa, 05 ma 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco agradeceu esta sexta-feira o trabalho que a Liga italiana de Luta contra os Tumores realiza, lembrando as dificuldades que enfrentaram durante a pandemia e as consequências na saúde de tantas pessoas.

“A pandemia atrasou os processos de prevenção e diagnóstico, com consequências óbvias principalmente no tratamento da doença, mas também na paz de espírito das famílias e da sociedade como um todo. Isto também exige mais prevenção e atenção a partir de agora”, afirmou numa audiência aos associados por ocasião dos 100 anos da fundação da Liga Italiana de Luta contra os Tumores.

Francisco, citado pelo Vatican News, indicou este trabalho como “precursor histórico dos cuidados paliativos atuais, tão importantes e preciosos” e reconheceu uma forma de “caridade social”, que colabora com “órgãos públicos e privados e com o setor de voluntariado”.

“Numa sociedade marcada pela cultura da indiferença, é necessário fazer-se próximo e para a associação, isto significa estar perto dos pacientes com tumores, que encontraram ainda mais dificuldades nos últimos dois anos por causa da pandemia que lançou o sistema de saúde em crise”, reconheceu.

As funções dos associados são também “estar ao lado dos familiares dos pacientes com tumores, que precisam de apoio competente e eficaz”.

“Significa estar perto dos profissionais de saúde, que também foram severamente provados pelas difíceis condições em que tiveram que trabalhar”, lembrou Francisco.

O Papa quis ainda valorizar o associativismo que imprime “um testemunho importante diante da indiferença” e “de uma mentalidade que gostaria de excluir quem não é perfeito”.

Contra uma cultura que quer “descartar” quem não consome e não produz, o Papa afirmou que “mesmo no sofrimento e na doença”, o ser humano é “pleno, sem diminuição”, e deve ser reconhecido na totalidade “psico-físico-espiritual típica apenas da pessoa humana.

Francisco sublinhou ainda a importância da formação, “da educação”, para responder “à cultura do descarte” que procura “marginalizar a vulnerabilidade, a fragilidade e o sofrimento”.

“O direito ao cuidado e ao tratamento para todos deve ser sempre privilegiado, para que os mais frágeis, especialmente os idosos e os doentes, nunca sejam descartados. Juntos podemos deter esta cultura que procura afirmar um modelo de ser humano «económico», que tem valor apenas na medida em que produz e consuma”, pediu.

LS

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