Francisco prosseguiu hoje a série de catequeses dedicadas à oração do «Pai-Nosso»
Cidade do Vaticano, 20 mar 2019 (Ecclesia) – O Papa frisou hoje no Vaticano que a fé não é uma entrega cega aos desígnios do transcendente, é sim uma adesão convicta à proposta de salvação que Deus tem para a Humanidade.
“Não há nada de aleatório na fé dos cristãos: há, ao invés, uma salvação que espera manifestar-se na vida de cada homem e mulher e realizar-se na eternidade”, disse esta quarta-feira Francisco, durante a habitual audiência pública semanal com os peregrinos, na Praça de São Pedro.
Na mensagem que deixou às pessoas, o Papa argentino prosseguiu com as catequeses dedicadas ao tema do Pai-Nosso.
Depois de ter abordado nas últimas duas semanas as frases ‘Seja santificado o vosso nome’ e ‘Venha a nós o vosso Reino’, Francisco refletiu agora sobre a passagem ‘Seja feita a vossa vontade’.
O Papa sublinhou mais uma vez que rezar estas palavras não significa “baixar servilmente a cabeça” ou entregar simplesmente o destino a Deus, “como se fôssemos escravos”.
“Ai de nós se, pronunciando essas palavras, levantássemos as costas em sinal de rendição diante de um destino que nos repugna e não conseguimos transformar. Deus quer-nos livres e o Seu amor a todos liberta”, apontou.
Para Francisco, a oração do ‘Pai-Nosso’ é sobretudo “a oração dos filhos que conhecem o coração do seu pai e estão certos do seu desígnio de amor”.
É também uma afirmação de “confiança”, de “coragem” e mesmo de “combatividade”, pois “no mundo existem demasiadas realidades que não são segundo o plano de Deus”.
“Se rezamos, é porque acreditamos que Deus pode e quer transformar a realidade vencendo o mal com o bem. A este Deus faz sentido obedecer e abandonar-se mesmo na hora da provação mais dura”, completou o Papa.
No final da audiência, Francisco convidou os peregrinos a rezar a oração do ‘Pai-Nosso’, cada um na sua língua, e dirigiu uma palavra a cada um dos grupos presentes, provenientes dos mais variados países.
Aos peregrinos portugueses presentes na Praça de São Pedro, o Papa exortou-os a aproveitar este tempo de Quaresma para dedicarem “mais tempo à oração”.
“Que esses momentos de diálogo filial com Deus nos ajudem a descobrir sempre mais o seu amor infinito por nós e assim nos tornemos instrumentos de misericórdia e paz. Deus vos abençoe!”, completou.
JCP