Vigília juntou milhares de padres no Vaticano para o encerramento do Ano Sacerdotal
Bento XVI reuniu-se esta Quinta-feira com 15 mil padres de todo o mundo, junto dos quis lamentou “os escândalos dos nossos pecados”, defendendo, no entanto, a importância do celibato.
“Um grande problema do mundo de hoje é que já não se pensa no futuro de Deus, parece suficiente apenas o presente”, disse aos sacerdotes reunidos em vigília, na Praça de São Pedro, apresentando o celibato “como antecipação do futuro, sinal da presença de Deus” e mesmo “um escândalo”.
“Sabemos que ao lado deste escândalo que o mundo não quer ver, existem também os escândalos dos nossos pecados, que obscurecem o verdadeiro grande escândalo”, lamentou.
Após constatar estas falhas, o Papa quis destacar, contudo, que “existe muita fidelidade”.
“As críticas mostram precisamente que o celibato é um grande sinal da fé, da presença de Deus no mundo: peçamos ao Senhor que nos ajude a tornar-nos livres dos escândalos secundários, para que torne presente o grande escândalo da nossa fé, da confiança, da força da nossa vida que se funda em Deus e em Jesus Cristo”, apelou.
[[v,d,1274,]]Na sua intervenção, integrada nas celebrações do encerramento do Ano Sacerdotal, Bento XVI afirmou que o sacerdócio não é uma profissão, mas “um testemunho de amor”.
“Esta crítica permanente contra o celibato pode surpreender, num tempo em que é moda não se casar. Mas este «não se casar» é uma coisa totalmente diversa do celibato, porque o «não se casar» baseia-se no querer viver só para si e não aceitar vínculos definitivos, enquanto o celibato é exactamente o contrário: é um sim definitivo, é entregar-se nas mãos do Senhor”, afirmou
O Papa que respondeu a perguntas de 5 presbíteros, um por cada continente, sublinhando a missão dos padres chamados a testemunhar o amor de Cristo sem se submeterem às modas do momento.
“Sei que há muitos párocos no mundo que dão todas as suas energias para servir o Senhor e as suas próprias comunidades. A todos quero dizer um grande obrigado, neste momento”, assinalou.
Bento XVI sublinhou depois que a celebração diária da Eucaristia ajuda os sacerdotes a evitar os “riscos do laicismo” e chamou a atenção para o perigo de uma teologia fruto da “arrogância da razão que obscurece a fé e esquece a realidade vital”.