Papa impôs pálio ao Arcebispo de Évora

Celebração de São Pedro e São Paulo marcada por gestos ecuménicos Bento XVI impôs este Domingo o pálio a quatro dezenas de Arcebispos metropolitas de todo o mundo, entre os quais D. José Sanches Alves, Arcebispo de Évora. A celebração da Solenidade de São Pedro e São Paulo, na Basílica do Vaticano, ficou marcada pela presença do Patriarca Ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I, que foi acolhido pelo Papa à entrada do templo. O metropolita preside a uma província eclesiástica constituída por diversas dioceses. A imposição do pálio teve lugar no altar da confissão da Basílica de São Pedro. O pálio, (faixa de lã branca com seis cruzes pretas de seda), é uma insígnia litúrgica de “honra e jurisdição” que é abençoada pelos Papas nesta solenidade. Para além do próprio Papa, os pálios são também envergados pelos Arcebispos Metropolitas nas suas Igrejas e nas da sua Província eclesiástica. Neste momento simbólico, com a presença de Arcebispos dos cinco continentes, Bento XVI afirmou que “o mundo globalizado precisa de unidade interior que vem da paz de Deus”. Por outro lado, acrescentou, “a missão permanente de Pedro e do Papa como seu sucessor, é a de fazer com que a Igreja nunca se identifique com uma única nação, uma única cultura, um único Estado”. Destacando ainda o valor ecuménico da celebração, durante a Missa desta manhã Bento XVI cedeu a palavra ao patriarca de Constantinopla Bartolomeu I pedindo que fosse ele a proferir a homilia para a grande festa dos Santos Pedro e Paulo, Padroeiros da Igreja de Roma. Esta festa, explicou o Papa, “traz-nos todos os anos a agradável presença de uma Delegação fraterna da Igreja de Constantinopla, que este ano, pela coincidência com a abertura do Ano Paulino é guiada pelo próprio Patriarca, Sua Santidade Bartolomeu I”. “A ele dirijo a minha saudação cordial, enquanto exprimo a alegria de ter mais uma vez a feliz oportunidade de trocar com ele o beijo da paz, na esperança comum de ver aproximar-se o dia da «unitatis redintegratio» – o dia da plena comunhão entre nós”, prosseguiu. O Papa saudou depois os membros da delegação patriarcal e os representantes de outras igrejas e comunidades eclesiais que marcavam presença, oferecendo com isso um sinal da vontade de “intensificar o caminho para a unidade plena entre os discípulos de Cristo”. “Dispomo-nos agora – acrescentou Bento XVI – a escutar as reflexões de Sua Santidade o Patriarca Ecuménico, palavras que queremos acolher com o coração aberto, porque vêm do nosso Irmão amado no Senhor”. O Patriarca Bartolomeu observou, dirigindo-se ao Papa, que o diálogo teológico entre as duas Igrejas “graças à ajuda divina” continua em frente, para além das notáveis dificuldades que subsistem sobre as conhecidas problemáticas. “Desejamos verdadeiramente – afirmou o Patriarca nesta sua homilia– e rezamos muito por isso, que estas dificuldades sejam superadas e que os problemas sejam dissolvidos mais rapidamente possível, para atingir o objecto do desejo final, a gloria de Deus”. A homilia do Patriarca Ecuménico Bartolomeu I terminou com os votos de uma próxima comunhão completa , união da fé e comunhão do Espírito Santo, nos laços da paz, nesta terra, e no céu a vida eterna e a grande misericórdia. As palavras de Bartolomeu I foram acolhidas com um longo aplauso. Bento XVI retomou a palavra e depois de ter agradecido ao Patriarca quis recordar que a missão permanente do Papa é a de reunir “a humanidade para além de qualquer fronteira e no meio das divisões deste mundo, tornando presente a paz de Deus, a força reconciliadora do seu amor”. Depois da homilia, o Papa e o Patriarca de Constantinipla recitaram juntos o Credo segundo o símbolo niceno-constantinopolitano na língua original grega, segundo o uso litúrgico das igrejas bizantinas. Seguiu-se a oração universal dos fiéis cujas intenções foram propostas em seis línguas: alemão árabe, francês, swahili, chinês e português. Seguiu-se, então, a imposição do pálio. Esta insígnia é feita com a lã de dois cordeiros brancos benzidos pelos Papas na memória litúrgica de Santa Inês, a 21 de Janeiro. (Com Rádio Vaticano) FOTO: Lusa

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