Papa faz balanço da viagem aos EUA

Bento XVI sublinha indicações deixados aos Bispos para «curar» feridas do escândalo dos abusos sexuais Bento XVI apresentou esta Quarta-feira um balanço da viagem que o levou aos EUA de 15 a 20 de Abril, destacando vários momentos dessa visita que considerou como um momento “inesquecível” do seu pontificado, iniciado em 2005. Perante cerca de 30 mil peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a audiência geral desta semana, o Papa revelou que um dos seus objectivos nesta viagem a território norte-americano era “encorajar os Bispos dos EUA no seu compromisso de tratar as feridas deixadas pelo doloroso acontecimento dos abusos sexuais por parte de ministros ordenados”. Percorrendo cada um dos locais desta viagem, Bento XVI disse que o objectivo geral foi “confirmar na fé os católicos, renovando e incrementando a fraternidade com todos os cristãos, e anunciar a todos a mensagem de Cristo nossa esperança”. Do encontro com George W. Bush, o Papa destacou a “feliz conjugação entre princípios religiosos, éticos e políticos” nos EUA, que considerou “um exemplo válido de sã laicidade”, que valoriza a dimensão religiosa. Bento XVI mencionou como muito significativo o encontro com algumas das vítimas dos abusos, bem como o seu colóquio com representantes judaicos, numa sinagoga de Nova Iorque. “Embora tenha passado já algum tempo sobre a viagem que me levou às Nações Unidas e aos Estados Unidos – afirmou – desejo exprimir o mais cordial reconhecimento à Conferência Episcopal e ao presidente George W. Bush, pelo caloroso acolhimento. Mas o meu obrigado estende-se também – acrescentou ainda – a todos os que se deslocaram a Washington ou a Nova Iorque para manifestar o seu amor ao Papa e a todos os que me acompanharam com a oração e oferta de sacrifícios”. O Papa recordou a origem “puramente eclesial” da viagem, pelo bicentenário de algumas dioceses americanas, embora reconhecendo alguns outros significados que a visita assumiu depois, nomeadamente com a intervenção na sede das Nações Unidas, a 18 de Abril. Bento XVI afirmou ter renovado perante a assembleia da ONU o empenho real da Igreja Católica no sentido de contribuir para reforçar as relações internacionais assentes em princípios de responsabilidade e solidariedade. “O principal objectivo do discurso na ONU – explicou – foi, por ocasião do 60.º aniversario da Declaração Universal dos Direitos do Homem, ter a oportunidade de confirmar o valor de tal Declaração salientando o seu fundamento universal, isto é a dignidade da pessoa humana, criada por Deus à sua imagem e semelhança para cooperar no grande desígnio de vida e de paz”. “Como a paz, também o respeito dos direitos humanos está enraizado na justiça, que dizer, numa ordem ética válida para todos os tempos e todos os povos, que se pode resumir na frase não faças aos outros aquilo que não queres que seja feito a ti”, acrescentou. Na saudação em português, o Papa convidou os peregrinos a “dar graças ao Senhor pelo sucesso alcançado na minha recente Viagem Apostólica nos Estados Unidos. Ao suplicar a Deus, pela intercessão da Virgem Maria, abundantes graças a fim de que se consigam frutos de paz e de concórdia entre os povos, saúdo cordialmente os peregrinos de língua portuguesa”. Já na parte final do encontro, Bento XVI lembrou o Papa São Pio V, em especial o seu trabalho na “propagação da fé e na reforma do culto litúrgico”.

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