Papa evoca polémico missionário jesuíta no Oriente

Bento XVI uniu-se às celebrações do IV Centenário da morte do Padre Matteo Ricci (1552-1610), jesuíta que levou o Evangelho à China e defendia o diálogo com a cultura ancestral do país. Os seus métodos levaram a uma longa polémica até que, em 1704, Clemente XI proibiu aos cristãos a participação nas celebrações em honra dos antepassados e de Confúcio. Numa carta enviada ao Bispo da Diocese de Macerata (Itália), onde as celebrações têm início neste Domingo, dia 17, Bento XVI congratula-se com a iniciativa e faz votos de que contribua para reforçar os elos que unem a Igreja de onde era natural omissionário com a Igreja e a pátria chinesas, onde viveu boa parte da sua existência e onde faleceu, a 11 de Maio de 1610, em Pequim. “Dotado de profunda fé e de extraordinárias capacidades culturais e científicas – escreve o Papa – (Matteo Ricci) dedicou longos anos da sua existência a tecer um profícuo diálogo entre Ocidente e Oriente, conduzindo ao mesmo tempo uma incisiva acção de enraizamento do Evangelho na cultura do grande Povo da China. O seu exemplo permanece ainda hoje como modelo positivo de encontro entre a civilização europeia e a civilização chinesa”, escreve o Papa. Bento XVI classifica Ricci como um “obediente ministro da Igreja e intrépido e inteligente mensageiro do Evangelho de Cristo”. Referindo-se à sua “intensa actividade científica e espiritual”, o Papa sublinha “a inovativa e peculiar capacidade” de “procurar a harmonia possível entre a nobre e milenária missão civilização chinesa e a novidade cristã, que é fermento de libertação e de autêntica renovação no interior de qualquer sociedade”. “O que o tornou mais original e, poderíamos dizer, profético o seu apostolado – acrescenta – foi sem dúvida a profunda simpatia que nutria por todos os chineses, pela sua história, pelas suas culturas e tradições religiosas”. “Modelo de diálogo e de respeito pelas crenças dos outros”, Matteo Ricci “fez da amizade o estilo do seu apostolado durante os 28 anos de permanência na China”. Bento XVI conclui a sua carta ao Bispo de Macerata fazendo votos de que as manifestações jubilares em honra de Ricci ofereçam a oportunidade de aprofundar o conhecimento da sua personalidade e da sua actividade. «

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