Papa diz que a Igreja não é agência humanitária

Bento XVI defendeu este Domingo, no Vaticano, que a Igreja Católica é mais do que uma agência humanitária ou uma sólida e complexa instituição social.

Antes da oração mariana do Regina Coeli, na Praça São Pedro, o Papa disse que "na sua verdadeira natureza, assim como na sua autêntica presença histórica, a Igreja é incessantemente forjada e guiada pelo Espírito do seu Senhor. É um corpo vivo, cuja vitalidade é fruto justamente do invisível Espírito divino".

Na ocasião, Bento XVI fez mais uma homenagem pública a João Paulo II, seu predecessor na Cátedra de Pedro, cujo processo de beatificação está em andamento. Ao saudar os fiéis polacos, o actual Papa recordou a invocação feita por João Paulo II, há 30 anos atrás, em Varsóvia: "Desça o Teu Espírito, e renove a imagem da terra, desta terra!".

Bento XVI enviou a sua saudação aos jovens da região de Abruzzo, que estão reunidos ao redor da Cruz do Dia Mundial da Juventude, em peregrinação naquela região: "Em comunhão com os jovens daquela terra, duramente atingida pelo terramoto, pedimos a Cristo, morto e ressuscitado que derrame sobre eles o seu Espírito de consolo e esperança".

Antes deste encontro com peregrinos de todo o mundo, o Papa presidira a uma Missa na Basílica de São Pedro, pela Solenidade de Pentecostes, lembrando o dia em que segundo os Actos dos Apóstolos, o Espírito desceu dos céus com seus dons, ensinando-nos a sermos suas testemunhas e inspirando a evangelização da Igreja como estensão da obra renovadora de Cristo.

Na sua homilia, Bento XVI pediu uma Igreja "menos ocupada com as suas actividades" e "mais dedicada à oração e mais unida".

"Se quisermos que o Pentecostes se renove, nos dias de hoje, é preciso que a Igreja seja menos atarefada com os seus empenhos, e como nos ensina Maria, se dedique mais à união e à oração", disse.

O Papa defendeu que "o mundo de hoje está envenenado pela poluição atmosférica, mas também pela poluição moral, que ofusca mentes e corações, com imagens que transformam o prazer, a violência ou o desprezo pelo homem e pela mulher em espectáculo".

"O homem já não quer ser imagem de Deus, mas de si mesmo, e declara-se autónomo, livre, adulto", prosseguiu.

Para Bento XVI, "as tragédias de Hiroshima e Nagasaki, onde a energia atómica, usada com fins bélicos, semeou a morte em proporções sem precedentes, devem representar uma advertência perene para a humanidade".

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top