Papa destaca valor da arte religiosa

Bento XVI dedica audiência a poeta sírio do séc. VI e frisa perenidade das criações artísticas inspiradas pela fé Bento XVI destacou hoje o valor das obras artísticas inspiradas pela fé, numa audiência geral dedicada à figura pouco conhecida de São Romano, o melodioso, um diácono sírio do século XVI que viveu num mosteiro da periferia de Constantinopla, actual Istambul. “As Catedrais não são monumentos medievais, mas casas de vida, onde nos sentimos em casa, encontramos Deus e nos encontramos com os outros. Também a grande música gregoriana, Bach ou Mozart cantados na Igreja não são coisas do passado”, disse esta Quarta-feira, no Vaticano. A chuva desta manhã obrigou a que a habitual audiência das Quartas-feiras se realizasse em dois momentos, primeiro na Basílica de São Pedro e depois na Sala Paulo VI A respeito da figura de São Romano, o Papa afirmou que “a poesia une a Terra ao Paraíso” e que este escritor soube “transformar a teologia em poesia”, deixando, segundo a tradição, mais de mil hinos sagrados. “A fé é amor e, por isso, cria poesia e música; a fé é alegria, por isso cria beleza”, precisou. Neste contexto, o Papa explicou que “se a fé é viva, a cultura cristã não é passado, mas torna-se viva e presente”. Aos fiéis, na intervenção em espanhol, Bento XVI lembrou a capacidade comunicadora de São Romano, alguém que se dirigia directamente aos seus interlocutores, “com grande criatividade, com metáforas, cantos e ícones”. “São especialmente famosas as suas homílias poéticas cantadas, chamadas ‘kontákia’, que fizeram dele um dos autores mais representativos de hinos litúrgicos da Igreja cristã do Oriente”, assinalou. O Papa apontou ainda o “comportamento coerente com que pregava. Pela sua fé, humildade e arte, tornou-se modelo do diácono que estuda, assimila e encarna a Escritura”. N intervenção em português, o Papa deixou uma “saudação amiga para todos vós, peregrinos de língua portuguesa, com menção especial para os grupos paroquiais de Guifões, em Portugal, e do Senhor Bom Jesus em Limeira, no Brasil”. “Esta peregrinação a Roma encha de luz e fortaleza o vosso testemunho cristão, para confessardes Jesus Cristo como único Salvador e Senhor da vida: fora d’Ele, não há vida, nem esperança de a ter. Com Cristo, sucesso eterno à vida que Deus vos confiou”, indicou. Bento XVI deixou ainda uma saudação à delegação de oficiais do Comando Nato de Nápoles, desejando que “a vossa cooperação ao serviço da paz contribua para um futuro de esperança para as gerações vindouras”. Antes, exortara todos os presentes a “testemunhar o amor que muda a vida, sobretudo junto das pessoas mais fracas”, procurando assim construir “um mundo mais justo e solidário”.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top