Bento XVI dedicou a sua última audiência geral antes das férias à figura do Apóstolo João, o “discípulo predilecto” que na Última Ceia “apoiou a cabeça no peito de Mestre”. “Sabemos que esta identificação é discutida por muitos estudiosos”, admitiu o Papa, que convidou os cerca de 20 mil peregrinos a “recolher uma lição importante para a nossa vida: o Senhor deseja que cada um de nós seja um discípulo que viva uma amizade pessoal com Ele”. Nesse sentido, a figura do evangelista João deve ajudar cada crente a “colocar a fé antes de qualquer cálculo ou interesse humano”. A sua “franqueza na confissão da fé” é um exemplo para que todos os católicos “estejam sempre prontos a declarar, com decisão, a adesão a Cristo”. O Papa lembrou a importância de São João na iconografia bizantina, onde é representado muitas vezes como um ancião, em gesto de contemplação. “Sem um adequado recolhimento, não é possível aproximar-se do mistério supremo de Deus e da sua revelação”, assegurou. “Que o Senhor nos ajude a entrar na escola de João, para aprender a lição do amor, nem como a sentirmo-nos amados por Cristo até ao fim”, disse ainda. Na saudação aos peregrinos, Bento XVI referiu-se a um simpósio sobre a salvaguarda da criação, que decorrerá no Brasil, desejando que “esta importante iniciativa, promovida pelo Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, contribua para promover um respeito maior pela natureza”.