Papa deixa reparos à Igreja francesa por causa dos católicos recasados

Bento XVI disse este Domingo que a Igreja mantém “com firmeza” o princípio indissolubilidade do casamento e que, embora envolva com o maior afecto as pessoas divorciadas que se voltam a casar, “não pode aceitar” as iniciativas que tendem a abençoar “as uniões ilegítimas”. A posição foi assumida num encontro com os Bispos franceses, em Lourdes, e acaba por ser uma crítica à actuação de algumas dioceses deste país, que promovem iniciativas “destinadas a abençoar” estas uniões de católicos divorciados. Para o Papa, trata-se de “uma questão particularmente dolorosa”, admitindo que existem “provações particularmente dolorosas, por vezes, que afectam certos lares”. “É preciso acompanhar esses lares em dificuldade, ajudá-los a compreender a grandeza do casamento e encorajá-los a não relativizar a vontade de Deus e as leis de vida que Ele nos deu”, frisou. Bento XVI analisou a crise sofrida pela família e culpou as leis “que nas últimas décadas relativizaram em diferentes países a sua natureza de célula primordial da sociedade”. “Frequentemente, as leis procuram acomodar-se mais aos costumes e às reivindicações de pessoas ou de grupos particulares do que à promoção do bem comum da sociedade”, disse o Papa, para quem Igreja “tem que ser fiel” ao mandato de Jesus Cristo e nunca deixará de repetir “o que Deus uniu, que o homem não separe”. Os Bispos franceses ouviram ainda reparos do Papa em relação à catequese – uma questão sensível, que remonta ao tempo em que Joseph Ratzinger era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé -, destacando que “a catequese não é em primeiro lugar uma questão de método, mas de conteúdo, como indica o seu próprio nome”. “Uma cuidadosa preparação dos catequistas permitirá a transmissão integral da fé”, reforçou. Bento XVI disse também que “as vocações religiosas e sacerdotais merecem, mais do que nunca, ser encorajadas”, deixando novas críticas em relação ao recurso a leigos para suprir a falta de padres. “Os padres nunca podem delegar as suas funções aos fiéis, no que diz respeito às suas missões próprias”, indicou. “Nunca se dirá o suficiente que o sacerdócio é indispensável para a Igreja, no interesse do próprio laicado”, referiu ainda.

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