Papa deixa mensagem à Igreja na China

Bento XVI recebeu no Vaticano os Bispos de Macau e de Hong Kong, apelando à unidade dos católicos chineses Bento XVI deixou hoje votos de que seja possível chegar em breve à unidade na Igreja Católica chinesa, dividida entre a Associação Patriótica, reconhecida por Pequim, e uma comunidade “clandestina”, que não reconhece a supervisão do governo da China. “Faço votos, e peço ao Senhor, que chegue depressa o dia em que também os vossos Irmãos no Episcopado da China continental possam vir a Roma em peregrinação aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo, em sinal de comunhão com o Sucessor de Pedro e com a Igreja universal”, disse o Papa, ao receber no Vaticano os Bispos de Macau e de Hong Kong, em visita Ad limina. Depois de agradecer pessoalmente “a estima e a união que de muitas e diversas formas tendes manifestado à Santa Sé”, Bento XVI disse a estes Bispos que é necessário “.um empenho cada vez maior na busca dos meios mais apropriados para tornar a mensagem cristã de amor mais compreensível no mundo onde viveis”, para testemunhar “que se pode ser autênticos chineses e autênticos católicos”. Os Bispos católicos da China continental não podem constituir uma Conferência Episcopal à imagem da maioria dos Bispos de todo o mundo, por causa da interferência de Pequim, que apenas admite a prática da fé no interior das estruturas registadas, com pessoal registado e sob a supervisão das Associações Patrióticas. “Não esqueçam que, também para a China, Cristo é um Mestre, um Pastor, um Redentor amoroso: a Igreja não pode calar esta boa notícia”, indicou Bento XVI. Na sua intervenção, que a Santa Sé publicou em inglês, chinês e português, o Papa enviou “à Comunidade católica da China e a todo o povo daquele vasto País a certeza das minhas orações e da minha estima”. Retomando a carta que escreveu à Igreja Católica na China, a 27 de Maio de 2007 e que foi publicada um mês mais tarde, Bento XVI convidou “a olhar em frente com esperança e a tomar consciência – no anúncio do Evangelho – dos novos desafios que as pessoas de Hong Kong e de Macau devem enfrentar”. “Na Igreja, toda a actividade tem uma dimensão evangelizadora que é essencial, pelo que não deve jamais ser dissociada do compromisso de ajudar a todos a encontrarem Cristo na fé, que é o objectivo primário da evangelização”, frisou o Papa. Bento XVI encorajou estas dioceses a “continuarem a oferecer a própria contribuição à Igreja na China continental, quer pondo à sua disposição pessoal para a formação quer sustentando iniciativas benéficas de promoção humana e de assistência”. O Papa abordou uma das questões mais polémicas em Hong Kong, a das escolas católicas, sublinhando que as mesmas “dão uma contribuição notável para a formação intelectual, espiritual e moral das novas gerações: é por estes aspectos cruciais do crescimento da pessoa que os pais, tanto católicos como de outras tradições religiosas, recorrem às escolas católicas”. “ As escolas católicas das vossas duas dioceses contribuíram de modo relevante para o progresso social e o crescimento cultural do vosso povo; actualmente estes centros educativos debatem-se com novas dificuldades: o Papa está convosco e encoraja-vos a fazerdes todo o possível para que este precioso serviço não venha a faltar”, disse. Ultimamente tem havido sinais de abertura por parte da China, quanto a eventuais negociações com o Vaticano, apesar de as autoridades de Pequim continuarem inflexíveis nas suas exigências: que o Vaticano deixe de reconhecer Taiwan como país independente e que aceite também a nomeação dos Bispos chineses por parte da Associação Patriótica Católica, que não aceita de a “intormissão” deEstados estrangeiros nas questões internas do país, incluindo nesse lote a Santa Sé.

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