Papa decide manter «Banco do Vaticano»

Organismo é visto como um contributo valioso para o trabalho da Igreja Católica, mas «vai continuar a ser alvo de supervisão regular»

Cidade do Vaticano, 07 abr 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco aprovou hoje uma proposta para a manutenção em funcionamento do Instituto para as Obras Religiosas (IOR), conhecido como Banco do Vaticano, cujo futuro tem estado em equação.

Segundo um comunicado da sala de imprensa da Santa Sé, apesar de não ser extinto, o organismo “vai continuar a ser alvo de supervisão regular” por parte da Autoridade de Informação Financeira do Vaticano.

Fundado em 1942 por decreto do Papa Pio XII, o IOR tem como principal missão “servir a Santa Sé e a Igreja Católica em todo o mundo”, nos seus mais diversos projetos humanitários.

Em junho de 2013, o Papa Francisco criou uma comissão de inquérito para assegurar a reforma do Banco do Vaticano.

A ideia era garantir um “planeamento mais cuidado da atividade económica”; dar maior “transparência nos processos de compra e venda de bens e serviços”, e melhorar a “administração de bens e propriedades”.

No texto publicado esta segunda-feira, a Santa Sé realça que “o IOR vai continuar a funcionar com sensatez e a fornecer ajuda financeira especializada à Igreja Católica, a nível internacional”.

Destaca ainda a importância que os “serviços prestados” pelo Banco têm para “a missão do Papa”, enquanto “pastor universal”, e para as “instituições e indivíduos” que cooperam com a Igreja Católica.

Segundo o Vaticano, o Instituto para as Obras Religiosas protege o património de um grupo “claramente determinado de pessoas físicas e jurídicas” com filiação na Igreja Católica, definida pelo direito canónico ou pelo direito do Estado da Cidade do Vaticano.

O governo do IOR é constituído por uma comissão cardinalícia, um prelado, um Conselho de Supervisão e uma direção.

A instituição, com sede no Estado da Cidade do Vaticano, tem atualmente ao seu serviço 114 funcionários.

Com a manutenção do organismo, o próximo passo vai ser delinear uma estratégia para que o IOR possa continuar a cumprir a sua missão, integrado na nova Secretaria para a Economia, que tem autoridade sobre todas as atividades económicas e financeiras da Santa Sé.

O plano a adotar será depois apresentado ao Conselho dos Cardeais do Papa Francisco e ao Conselho para a Economia, adianta a sala de imprensa do Vaticano.

JCP

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