Papa condena aborto e eutanásia

Bento XVI lamenta violações dos direitos humanos na Europa e critica «banalização» da morte na sociedade O Papa criticou esta Sexta-feira a difusão das práticas do aborto e da eutanásia em vários países da Europa, apelando à defesa da vida em todas as suas fases. Durante um encontro com representantes políticos e diplomatas, em Viena, Bento XVI disse que “o aborto não pode ser um direito humano”, porque “é o seu oposto”. “Foi na Europa que se formulou pela primeira vez o conceito dos direitos humanos. O direito humano fundamental, pressuposto de todos os outros direitos, é o direito à própria vida, desde a concepção até ao seu termo natural”, indicou Bento XVI, que classificou o aborto como “uma profunda ferida social”. Para o Papa, esta posição não exprime “um interesse especificamente eclesial”, mas revela “uma profunda preocupação pelos valores humanos”. “Não fecho os olhos perante os problemas e os conflitos de muitas mulheres e dou-me conta de que a credibilidade do nosso discurso depende daquilo que a própria Igreja fizer para ajudar as mulheres em dificuldade”, apontou Bento XVI. Quanto ao debate sobre a eutanásia, indicou que “a melhor reposta ao sofrimento no final da vida é uma atenção cheia de amor, o acompanhamento a caminho da morte – nomeadamente com a ajuda da medicina paliativa – e não uma «ajuda activa para morrer»” O Papa expressou o receio de que, um dia, “possa ser exercida uma pressão não declarada ou mesmo explícita sobre as pessoas gravemente doentes ou idosas, para que peçam a morte ou se suicidem”. O caminho a seguir seria, pelo contrário, “o acompanhamento humano para a morte”, que exige “urgentes reformas estruturais em todos os campos dos sistemas de saúde e social, na organização da assistência paliativa”. Outras mudanças passam pelo “acompanhamento psicológico e pastoral das pessoas gravemente doentes e dos moribundos, dos seus parentes, dos médicos e do pessoal de saúde”, sem olhar a custos ou ao tempo empregue. Bento XVI deixou ainda uma apelo para “tornar os países europeus mais abertos ao acolhimento dos filhos”, a bem de toda a sociedade, o que exige que “se consiga criar de novo, nos nossos países, um clima de alegria e de confiança na vida, em que as crianças não sejam sentidas como um peso, mas sim como um dom para todos”. Foto: LUSA

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