Celebração comum ainda não é possível Bento XVI assistiu, hoje, à celebração da “Divina Liturgia”, na igreja ortodoxa de São Jorge, por ocasião da Festa de Santo André, a mais importante para o Patriarcado de Constantinopla. O Patriarca Bartolomeu I e o Papa abençoaram juntos a assembleia, no entanto, dado que não existe comunhão eucarística entre as duas Igrejas, o Papa não concelebrou, permanecendo numa posição de honra. Bartolomeu I confessou a sua tristeza pelo facto de não ser possível “celebrar juntos os Santos Mistérios”, rezando para que “chegue o dia em que está unidade sacramental possa realizar-se plenamente”. Ao Papa, o Patriarca Ecuménico agradeceu o “testemunho e manifestação” da vontade de continuar o caminho “para a verdade do Evangelho e da tradição comum dos Santos Padres, no espírito do amor e da fidelidade, rumo à restauração da plena comunhão das nossas Igrejas”. Apesar de separadas de Roma desde o cisma de 1054, a Igreja Católica manifesta grande estima pelas Igrejas Ortodoxas e reconhece a sucessão apostólica dos seus bispos e a validade dos sacramentos nelas administrados. Bartolomeu I recordou os esforços de diálogo realizados ao longo das últimas décadas e as figuras dos Padres da Igreja, dos primeiros séculos, venerados por católicos e ortodoxos. A liturgia bizantina é comum a todas as Igrejas de tradição oriental, sejam ortodoxas, sejam católicas, da Grécia, Médio Oriente e Leste da Europa. A chegada de Bento XVI à igreja patriarcal ficou marcada pela manifestação de algumas dezenas de pessoas, em protesto contra a visita à Turquia. Programa Hoje, 30 de Novembro, o Papa celebra a Festa de Santo André, motivo principal desta visita, e assina uma declaração conjunta com o Patriarca Ortodoxo de Constantinopla. À tarde, pelas 15h30, tem lugar o momento mais delicado desta viagem, com uma visita ao museu de Santa Sofia, a que se segue uma visita, colocada no programa à última hora, à Mesquita Azul, como testemunho de respeito e de diálogo com o mundo islâmico. Durante mais de mil anos, Hagia Sofia (santa sabedoria, em grego) foi a maior igreja cristã do mundo, construída sob as ordens do imperador Justiniano, no século VI. Considerado um dos mais belos edifícios do mundo, foi transformado em mesquita em 1453. Ataturk, pai da Turquia moderna, decidiu fazer dela um museu, em 1935. A Mesquita Azul foi construída em frente a Santa Sofia, entre 1609 e 1616, e é conhecida pelo nome do sultão Ahmet, que a mandou edificar. O nome de Mesquita Azul deve-o aos esplendorosos painéis de azulejos do século XVII. O final do dia do Papa é marcado por encontros com cristãos arménios, siro-ortodoxos e representantes judeus.