Papa apela ao diálogo com o Islão e quer Bispos fora da política no Médio Oriente

Bento XVI deixou votos de que a Igreja Católica seja capaz de promover o diálogo com o Islão, sobretudo no Médio Oriente, mantendo o seu clero fora da política. Numa referência às dificuldades com que se confronta a Igreja, “no contexto agitado e por vezes dramático do Médio Oriente”, em “situações onde a política desempenha um papel que não é indiferente à sua vida”, o Papa reconheceu a importância dos “contactos com as autoridades políticas, as instituições e os diversos partidos”, mas frisou que “não compete ao clero comprometer-se na vida política”, campo de acção dos leigos. Recebendo em audiência os Bispos greco-melquitas e 300 fiéis que os acompanharam até ao Vaticano, Bento XVI sublinhou o compromisso desta Igreja no diálogo inter-religioso, manifestando o seu apreço pelas “boas relações que a Igreja greco-melquita mantém com os muçulmanos, seus responsáveis e instituições, assim como os esforços realizados para resolver os problemas que se podem colocar, num espírito de diálogo fraterno, sincero e objectivo”. “Congratulo-me ao verificar que, na linha do Concílio Vaticano II, a Igreja melquita se comprometeu com os muçulmanos a procurar sinceramente a compreensão mútua assim como em promover e defender juntos, em benefício de todos, a justiça social, os valores morais, a paz e a liberdade”, indicou. Congratulando-se com as relações fraternas estabelecidas com os Ortodoxos, Bento XVI observou que “o empenho na busca da unidade de todos os discípulos de Cristo é uma obrigação urgente, que brota do ardente desejo do próprio Senhor. Tudo devemos fazer para derrubar os muros de divisão e desconfiança que impedem de a realizar”. “Contudo, não podemos perder de vista que a busca da unidade é uma tarefa que não diz respeito apenas a uma Igreja particular, mas sim à Igreja inteira, no respeito da sua própria natureza”., acrescentou. Num olhar mais dirigido à vida interna da comunidade, o Papa assegurou que o “Ano Paulino” que se vai celebrar há-de levar a um “conhecimento cada vez mais íntimo da pessoa de Cristo, através de uma leitura renovada da obra” do Apóstolo Paulo. Este desejo foi expresso directamente ao Patriarca Gregório III, líder de uma comunidade que tem a sua sede em Damasco (Síria), cidade ligada historicamente à figura de São Paulo. (Com Rádio Vaticano)

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