Francisco encontrou-se com os bispos da Eslováquia, país que rejeitou o sistema europeu de quotas para a receção de migrantes
Cidade do Vaticano, 12 nov 2015 (Ecclesia) – O Papa salientou hoje que participar no acolhimento aos refugiados deve ser um imperativo para a Igreja Católica em qualquer país, num encontro no Vaticano com os bispos da Eslováquia.
Num discurso publicado pela sala de imprensa da Santa Sé, Francisco frisou que “a Igreja é chamada a proclamar e testemunhar o acolhimento aos migrantes, em espirito de caridade e de respeito pela dignidade humana, e de acordo com a necessária observação da lei”.
Recorde-se que recentemente o governo da Eslováquia recusou liminarmente o plano elaborado pela Comissão Europeia, que estabeleceu quotas relativas ao número de refugiados que deverão ser acolhidos por cada Estado-membro.
O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, afirmou mesmo que “preferia violar a lei do que aceitar a decisão” da Comissão Europeia, considerando que esta representa uma afronta à soberania de cada nação.
Além da Eslováquia, também outros três Estados-membros da União Europeia votaram contra o sistema de quotas, a Hungria, a Roménia e a República Checa, enquanto a Finlândia optou pela abstenção.
Ainda sobre a crise dos refugiados, o Papa disse aos bispos eslovacos que esta deve ser vista como uma oportunidade para a Igreja Católica defender valores como “o respeito mútuo e o encontro” entre as culturas, numa era cada vez mais “multicultural”.
“Na situação que vivemos, é ainda mais necessário iluminar o caminho das pessoas com uma nova evangelização, uma nova linguagem, que permita compreender melhor a mensagem cristã”, complementou.
JCP