Paliativos: Humanismo, ciência e espiritualidade

Bobadela, Lisboa, 11 Fev (Ecclesia) – A aposta nos cuidados paliativos pode fazer parte do dia-a-dia de um sacerdote católico e a espiritualidade, neste contexto, ganha uma dimensão terapêutica.

A convicção é de Frei Hermínio Araújo, franciscano, capelão do Hospital do Mar (HM), na Bobadela, distrito de Lisboa, que acompanhou a reportagem da ECCLESIA neste espaço, no âmbito do Dia Mundial do Doente, que a Igreja Católica hoje celebra.

“Não imponho a religião a ninguém e momentos de espiritualidade todos temos, como partilhar a vida, as experiências e os afectos”, afirma.

Frei Hermínio é também um dos elementos da equipa de cuidados paliativos do hospital e propõe “um modelo ético relacional, uma ética de cuidado e de compaixão e estes cuidados integram a espiritualidade como meio terapêutico”.

Num quarto, de luz apagada, encontra-se Teresa, de 71 anos, doente oncológica, no HM há dois anos.

“Gosto de cá estar e as visitas do Frei Hermínio são muito boas. Ele incute-nos sentimentos bons, é nele que vemos a representação de Cristo e além disso é muito alegre”, refere à ECCLESIA.

Os terços estão pendurados na cama e junto à cabeceira está uma imagem do Menino Jesus: “Falo com Ele todos os dias, é a minha companhia e conto-lhe tudo o que se passa”.

Para Frei Hermínio, é importante que “mesmo só”, o doente não se sinta “sozinho”.

“A nossa responsabilidade é dar-lhe qualidade de vida a todos os níveis, social, psicológica e espiritual”, prossegue.

Noutro quarto, desenhos de criança tentam dar cor aos dias de uma avó que esqueceu o presente, porque a doença de Alzheimer chegou ainda cedo.

Stella é a filha que a visita todos os dias, há 4 anos, no HM e confessa que a situação é “muito difícil”.

Para Frei Hermínio, é importante perceber que não são só os doentes que precisam de apoio: “As famílias precisam de força a cada hora, para ultrapassar a situação e depois não ficarem mazelas por toda uma vida”.

Os cuidados paliativos combinam “ciência e humanismo” e é nesta combinação que o Dia Mundial do Doente se vai passar, incluindo a celebração da Eucaristia e a promessa de “mimos especiais”.

A reportagem da Ecclesia pode ser ouvida esta noite, pelas 22h45, e no próximo Domingo, pelas 06h00, no Programa da Igreja Católica na Antena 1, posteriormente disponível online.

PRE/SN/OC

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