Palavras Dadas

Fragmentos da vida de Lourdes Pintasilgo É um livro com respostas a quem quis escrever a Maria de Lourdes Pintasilgo quando ela celebrou 70 anos. Os textos de amigos fizeram o livro “Mulher das cidades Futuras”. “Li o livro naquela noite, uma, duas, três vezes”, confessa Maria de Lourdes. “E tudo em mim pedia uma resposta”, continua no Prefácio de um outro livro, precisamente o das respostas a esses que lhe escreveram. Intitula-se “Palavras Dadas” e foi apresentado na última sexta-feira. “Palavras Dadas” pode aparecer com caracter fragmentário, porque escrito a partir de diferentes incisões dos que lhe escreveram, mas todos os textos permitem recolher dados autobiográficos da autora e deixam transparecer pedaços do seu pensamento filosófico, teológico, social e político. Quem com ela conviveu de muito perto diz que este “é um, livro de certo modo testemunhal. Há imensos casos da vida política e outros de que fala e analisa. Ele é revelador de uma posição, de uma posição filosófica, de uma atitude de fé, de um empenhamento político”. Isabel Allegro de Magalhães revela ainda que Maria de Lourdes Pintasilgo queria publicar “Palavras Dadas”. Chegou mesmo a escrever um “esboço” de Prefácio, sem já ter tempo para o concluir. A título póstumo, os que lhe escreveram, e muitos mais, quiseram homenagear Maria de Lourdes através da divulgação de textos que são respostas pessoais, mas que informam sobre uma vida ainda muito desconhecida, marcou a história contemporânea. Emílio Rui Vilar, Presidente do Conselho de Administração Fundação Calouste Gulbenkian, que apresentou “Palavras Dadas” referiu que este livro é “simultaneamente uma obra teológica, uma obra filosófica, uma obra sobre temas políticos e económicos, ambientais, sobre a condição da mulher, sobre os problemas da transformação da sociedade”. Este livro é constitui uma primeira aproximação a uma mulher que “foi posta de lado”, em Portugal. Isabel Allegro de Magalhães, que integra a coordenação do Graal (Movimento fundado por Maria de Lourdes Pintasilgo), referiu à Agência ECCLESIA que “neste país falta conhecer tudo, a não ser que ela existiu”. “Este país nem sequer se dignou a notar, esqueceu, ela não foi praticamente homenageada”, diz Isabel Allegro confessando a mágoa sentida pela própria Lourdes Pintasilgo. Para divulgar a vida e a obra de Lourdes Pintasilgo, a Fundação Cuidar o Futuro prepara a publicação do espólio documental (de arquivo e bibliográfico) de Maria de Lourdes Pintasilgo (1930-2004) e dá continuidade e programas que concretizam o seu pensamento, nomeadamente os que dizem respeito à emancipação da mulher, á saúde (obesidade infantil, concretamente) e à qualidade de vida.

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