O Governo Geral dos Missionários da África, mais conhecidos como “Padres Brancos” foi oficialmente notificado sobre o mandato de prisão efectuado pela Procuradoria da República de Ruanda do missionário Padre Guy Theunis. O missionário foi preso na última terça-feira, no aeroporto de Kigali, enquanto tentava embarcar para a Bélgica. O religioso, director da revista “Dialogue”, é acusado de ter incitado o povo ao terrível genocídio de 1994, por meio de escritos e palavras. Os Missionários da África expressaram sua consternação e abatimento. “Surpresa, incompreensão e tristeza” foram os sentimentos expressos pelo Superior-geral dos Padres Brancos, Pe. Gerad Chabanon. “Esta acusação é completamente sem fundamento”, escreve Pe. Chabanon, num comunicado enviado à Agência Misna. O Padre Theunis foi director da revista “Dialogue”, primeiro no Ruanda, de 1989 a 1992, depois na Bélgica, de 1994 a 1995. A revista, publicada em francês, pode ser definida como “de informação e de reflexão sobre todos os problemas económicos, sociais, culturais, políticos e religiosos que interessam ao Ruanda, numa perspectiva cristã”. O Superior-geral dos Padres Brancos prossegue: “quando o Padre Theunis era responsável da revista, esta era preparada por uma comissão de redacção composta, aproximadamente, por doze pessoas que se reuniam cada mês para discutir os artigos apresentados. Nunca o director decidia sozinho a publicação de um ou de outro artigo – nem mesmo o editorial – e tudo era feito com o consenso da comissão de redacção”. “Os direitos humanos e a comunicação tornaram-se, através dos anos, as grandes directrizes dos nossos missionários, não somente do Padre Guy Theunis, mas de toda a Congregação”, conclui o Superior-geral. Segundo as últimas notícias, o missionário belga preso no aeroporto de Kigali teria sido transferido para a prisão da capital ruandesa.